quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

AS REVELAÇÕES DO CRÂNIO DE CRISTAL

III – O Som, a Luz, o Tempo e outras coisas – 3ª parte

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.”
É com estas palavras que começa o Evangelho de João, em tudo diferente dos outros três e considerado o mais hermético deles. Mas as frases acima constituem o que de mais misterioso podemos encontrar no Novo Testamento. Evidentemente que há interpretações, as oficiais e as outras, mas essas interpretações, por um lado são absurdas, por outro lado não explicam nada.
Como interpretações absurdas são as recentes publicações da Bíblia em que se substituiu “verbo” por “palavra”. Para comparação com as frases acima, transcrevo o que encontrei numa edição pastoral da Bíblia: No começo a Palavra já existia: a Palavra estava voltada para Deus. No começo ela estava voltada para Deus. Tudo foi feito por meio dela, e, de tudo o que existe, nada foi feito sem ela. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. Essa luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram apagá-la.”
Este é um bom exemplo de como se consegue deturpar completamente um texto, retirar-lhe todo o sentido e transformá-lo em algo ridículo, sem significado. Porque o “verbo” não é a “palavra”, pois esta não passa de uma expressão verbal. O Verbo é algo mais, é algo muito diferente do que as habituais ladainhas que se ouvem nas igrejas. O Verbo poderia ser, em nosso entender, algo como um som primordial, algo que os budistas e outras escolas filosóficas procuram na entoação de mantras. Por algum motivo a entoação de certos mantras, quando correctamente executada, tem efeitos curativos sobre o corpo humano e, naturalmente, sobre toda a Natureza.
O Verbo pode ainda ser o poder do pensamento, o poder da mente, e não a manifestação física de uma dada vibração. Porque, como já vimos antes, só o pensamento é criador. Quando o pensamento passa à condição de palavra, perde potência e capacidade de criar seja o que for. Por este motivo, o Crânio diz-nos que a oração é um importante veículo de contacto com os seres superiores, mas quando a oração se resume à expressão da mente através do pensamento. Quando uma oração se transforma em palavras, lá temos a tal ladainha, perde completamente a sua eficácia.
Se entendermos que Verbo não é um som, mas que seja o puro pensamento, a pura energia da mente, talvez esse início do Evangelho de João comece a fazer sentido. Assim, se substituirmos “Verbo” por “Pensamento”, e “Deus” por “Mente”, então todas as coisas foram feitas por ele (pensamento), porque ele estava com a Mente, ele era a Mente. A luz resultante e que é a vida dos homens não será mais do que o conhecimento, não a inteligência, porque esta pode ter luz ou não, e não provém, necessariamente, da pura energia da mente.
Aceitamos que esta ideia é altamente polémica, mas é a nossa interpretação do hermetismo de que se reveste o início do Evangelho de João. Concorda com alguma tradição e concorda, neste momento, com as revelações do Crânio de Cristal. Se houver uma interpretação melhor, gostaria de a conhecer.
A mente, como já foi demonstrado pela Física Quântica, é o elemento criador, ela pode criar matéria, ou reunir matéria já existente sob a forma de átomos livres, associando-os e criando algo material. Entendidas as coisas desta forma, talvez nunca tenha havido o famoso e celebrado pelos cientistas início de tudo como um “big bang”, uma explosão tremenda de toda a matéria concentrada num único ponto, dando assim início ao universo que conhecemos ou, melhor, ao universo tridimensional. A teoria do “big bang” é, em nosso entender, uma teoria falhada, porque ninguém consegue explicar onde, em que dimensão, em que estado, em que vibração, em que espaço, estava esse ponto. É tão falhada como a teoria do Deus criador, do Deus pessoal, tão doutrinada pelas religiões e por certa filosofia. Porque nessa altura a pergunta óbvia seria: então quem, ou o quê, criou Deus?
Se não houve nenhum “big bang”, o universo não teve nenhum início, como se procura estabelecer no tempo em milhares de milhões de anos. Provavelmente tudo não passou da criação da Mente, da Mente Universal, um conceito que temos, naturalmente, dificuldade em compreender no estado físico em que nos encontramos. Daí o Deus pessoal, criador de todas as coisas e supervisor mor de tudo quanto fazemos, ser de mais fácil aceitação para a nossa limitada inteligência. Mas há, felizmente, aqueles que já ultrapassaram esta limitação e têm uma ideia superior do conceito de Deus, embora não a consigam explicar ou demonstrar. Talvez só quando passarmos o umbral conhecido por morte possamos ter uma ideia mais aproximada da verdadeira essência de todas as coisas.
Quem pôde assistir aos primeiros episódios da série de televisão “Taken” (abduzido), filmados por Steven Spielberg, um realizador de cinema há muito interessado nestes assuntos, viu uma clara demonstração de como a mente é criadora. Para quem não assistiu a essa série, damos um resumo da história:
Trata-se de uma menina de uns dez ou doze anos de idade. Um dos pais teria sido abduzido e levado para uma nave extraterrestre. Por este motivo, a menina nasceu com dotes extraordinários, com uma capacidade mental extremamente poderosa, pois conseguia mover objectos à distância. Claro que o governo americano toma todas as medidas para sequestrar a menina e retirá-la do contacto com as outras pessoas, inclusive os seus pais. É levada para um local remoto, uma antiga fazenda, e à sua volta é estabelecido um grande aparato militar pois, naquela zona apareciam frequentemente objectos voadores estranhos. Durante dois ou três dias nada acontece. Mas ao fim do terceiro ou quarto dia, já noite, aparecem no céu várias luzes que se aproximam e se unem umas às outras, formando uma enorme nave que vai aterrar com grande estardalhaço no meio daquele aparato militar, que abre fogo sobre a nave sem quaisquer resultados.
No dia seguinte de manhã os militares espantados verificam que a nave já não está lá, que tinha desaparecido. Depois de mais algumas peripécias, acabam por chegar à conclusão de que a nave tinha sido uma criação mental da menina para atender a necessidade geral que ela sentia naqueles homens todos de ver uma nave extraterrestre. Como sentia um grande desejo e uma grande ansiedade, ela tinha criado a nave para atender esse desejo e ansiedade. Depois limitara-se a fazê-la desaparecer, também por força da mente.
Voltando ao Evangelho de João, a última frase em que diz que as trevas não compreenderam a luz, perde a sua natureza hermética e passa a fazer sentido se fizermos as substituições que acima indicámos e em que luz significa conhecimento. De facto as trevas são a ausência de tudo e, como tal, não podem compreender, porque não têm mente nem conhecimento.
A uma pergunta sobre se a mente é a alma, o Crânio respondeu que a mente é o veículo da alma. Este conceito é o mesmo dos rosacruzes sobre o Cósmico, em que este não é Deus, mas a sua manifestação.

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá, Manoel Pina.
Encontrei em meus arquivos um e-mail enviado pelo Vitor onde postava seu endereço...Queria noticias do Vitor, vc poderia me informar?
Meu mail:
raquelfogo@hotmail.com
Desculpa por utilizar este espaço indevidamente.
Muito obrigada
Raquel Costa