sábado, 29 de dezembro de 2007

MENSAGEM DE ANO NOVO

Poderia começar esta crónica desejando aos amigos e familiares os melhores auspícios para 2008. Mas não o vou fazer. Não preciso de nenhuma data específica para desejar aos meus amigos e familiares as melhores venturas, pois esse deve ser o meu desejo permanente, não importando em que época do ano estiver.
Não são só os amigos e familiares que merecem os desejos de maiores felicidades, são todos os seres humanos, pois cada rosto é o reflexo do meu próprio. Nesta perspectiva, se todos agíssemos desta forma, a grande família humana seria uma grande fraternidade. Infelizmente as coisas não são nada assim.
2008 está aí à porta, pedindo para entrar nas nossas vidas. Toda a gente deseja muito aos outros toda a prosperidade e felicidade, mas, salvo raras excepções, deseja isso para si mesmo, está-se nas tintas para a prosperidade dos outros, da qual chega a sentir inveja. Este é o mundo que temos, aquele que fomos construindo ao longo dos séculos, desde a época em que não passávamos de uma variedade da família dos símios, já erectos sobre duas pernas.
2008 está aí à porta, cheio de promessas e mistérios. Promessas porque todos acreditam que vai ser melhor que o anterior; mistérios porque ninguém sabe o que vai acontecer amanhã, na semana que vem, daqui a uma hora ou no próximo minuto – os acidentes ou os enfartes cardíacos são prova disso. Mas o futuro, como dizem, é assunto da esfera divina, pretendendo explicar o inexplicável.
Segundo alguns profetas da desgraça, sempre prontos a interpretar convenientemente os sinais dos tempos em face do que alguém, num possível estado alterado de consciência, terá predito, 2008 é também um ano complicado. Começa por ser bissexto, algo de que muitos não gostam nada, acham que é de maus augúrios; os astrólogos dizem que será regido por Marte, logo, será um ano agressivo, onde talvez as guerras recrudesçam de violência; depois, por recentes interpretações do calendário Maia, será o último, o aquecimento global não terá tempo de fazer sentir os seus malefícios.
Ah, mas isso não é assim, dirão os mais atentos. O calendário Maia prediz uma data cerca de Dezembro de 2012, ainda nos sobram uns bons quatro anos de sobrevivência. Pois é, não sei como é que as contas foram feitas, pois o nosso calendário está errado, está atrasado, Jesus terá nascido quatro anos antes da data que foi estipulada. Assim, 2008 corresponderá a 2012. Mas o calendário Maia não prevê o fim do mundo, digo eu, prevê apenas o fim da era actual de um milhão trezentos e não sei quantos milhares de anos. Mas há quem diga que é mesmo o fim do mundo pois, o que acontecerá, e não sei onde foram buscar essa teoria, o campo magnético da terra inverterá, repentinamente, os pólos. Não se trata da vinda de anjos e arcanjos com trombetas para o julgamento final, será apenas uma inversão repentina dos pólos e ninguém sabe o que acontecerá à Terra nessas condições. Portanto, temos que nos preparar, 2008 não será apenas um ano ruim, será o último!
Nunca percebi porque é que as profecias só falam em desgraças. Desde o Apocalipse, a Nostradamus, a Edgar Cayce, para citar os mais conhecidos, – embora este último não se tenha dedicado apenas a profetizar – só predizem coisas ruins: guerras, pestes, fome, flagelos de vária ordem, tudo no sentido de causar sofrimento ao miserável do ser humano.
Não acredito em profecias. Acredito que sejam um reflexo do medo que o ser humano sente em relação ao futuro. Esse medo, da morte, da guerra, da fome, de sofrer, faz parte do inconsciente colectivo da humanidade e assim, alguém num estado especial de consciência, consegue captá-lo e transmiti-lo na forma de profecias. Por outro lado, os textos proféticos são, normalmente, de carácter dúbio, obscuro, não definem claramente ao que se referem. Isto permite todas as interpretações, campo fértil para todas as mentes transtornadas, pois só uma mente transtornada pode sentir satisfação em anunciar as desgraças.
Houve uma época em que os portadores de más notícias, depois de transmitirem a nefasta informação, eram mortos. Hoje não acontece assim, os comunicadores das desgraças que pendem sobre a humanidade são até bem considerados – veja-se, por exemplo, o que acontece com a Internet. Aqueles que recebem essas informações proféticas ou pseudo-científicas, não assassinam o comunicador, passam adiante as informações, numa corrente contínua, que só reflecte os temores ocultos no interior de cada um.
Não acredito que 2008 venha a ser diferente de qualquer outro ano. Não será certamente o último da nossa História e nele acontecerá de tudo um pouco: haverá guerra, sem dúvida; haverá fome, indubitavelmente; haverá furacões, terramotos, cataclismos, certamente. Haverá tudo isto, como também haverá coisas boas, poucas, infelizmente. O grande e real flagelo da humanidade continuará a ser a exploração do ser humano pelo ser humano. Continuará imparável, enquanto a maioria não tomar consciência de que somos todos irmãos, não só em Cristo, como dizem os cristãos, mas independente de religião, raça ou estatuto social.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

MENSAGEM DE NATAL

Aos meus Amigos e Amigas,
Aos crentes, aos cristãos, aos muçulmanos, aos budistas e a todos os que professam alguma religião.
Aos não crentes, aos agnósticos, aos ateus, aos mações e a todos os que procuram uma forma de entender a divindade.
Aos amigos e amigas que sabem que têm um lugar especial no meu coração, àqueles e àquelas que se fazem sentir presentes na diáspora que, por vezes, toma conta das nossas vidas.
Aos amigos e amigas que não dizem nada, que preferem esconder-se por detrás do anonimato do mundo cibernético dos PPS.
De forma especial, aos rosacruzes de qualquer latitude ou longitude deste planeta, que continuam na sua caminhada em busca do Graal das suas vidas.
A todos sem excepção convido a viver este Natal de uma forma um pouco diferente, apesar desta época natalícia se ter transformado mais numa época de férias e de consumo desenfreado. Peço a todos que guardem alguns momentos de introspecção, que se harmonizem com o seu interior e vivenciem o Cristo Cósmico, essa energia divina que, nesta altura do ano, se encontra mais próxima do planeta que habitamos.
Peço ainda que, durante esta época de festas, procure harmonizar-se com essa energia crística e se deixe envolver pelo sentimento fraterno por toda a humanidade, tendo em mente que o Natal é só privilégio de alguns, a maior parte dos seres que constituem a humanidade não tem, nem conhece o Natal.
Para todos os meus desejos sinceros de um Natal Feliz e que o Ano Novo, que está aí à porta, recheado de esperanças, lhes traga a Paz interior, condição necessária para a realização de todos os nossos anseios.

Um abraço fraterno,