quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

AS REVELAÇÕES DO CRÂNIO DE CRISTAL

IV – Os Seres Grosseiros e os Seres do Um

O Crânio de Cristal fala-nos repetidamente da existência de seres grosseiros e seres de luz, que os primeiros dominam e dominarão a Terra, até que os seres de luz tomem consciência, se unam e vençam o estranho combate entre as trevas e a luz.
Edgar Cayce, o controverso médium americano que viveu no início do século passado (1877-1945), já nos tinha falado que o ser humano se encontra dividido entre os “Filhos do Um” e os “Filhos de Belial”.
O “Um” significa a unidade cósmica, a consciência de sermos todos um, que tudo é um. O Crânio diz-nos que quando passamos o umbral da morte entramos nessa unidade, onde podemos aprender e purificar-nos, antes de empreendermos uma nova aventura no mundo das experiências da 3ª dimensão, reencarnando num novo corpo físico.
Belial, sob diferentes formas, é referido no Antigo Testamento da Bíblia mais de vinte vezes, como um ser iníquo, um anjo caído, um homem maldoso, falso, corrupto, ao serviço de Satã em oposição a Javé. Ele é o chefe dos demónios, o promotor da luxúria, da loucura, de tudo quanto se opõe ao bem enunciado por Javé. Nos manuscritos do Mar Morto, de Qumrã, ele é a personificação de Satanás em combate cósmico contra Deus. É também referido por Paulo na sua segunda carta aos Coríntios (6.15): “Que harmonia pode haver entre Cristo e Beliar? Que relação entre quem acredita e quem não acredita?”
Belial, mais conhecido como Baal, é, na tradição hebraica herdada pelo cristianismo, a personificação do demónio, de todo o mal, de tudo quanto se opõe a Javé Deus.
Mas o Crânio de Cristal não personifica Deus, denomina os “Filhos de Belial” como seres grosseiros, distantes da luz, em oposição aos seres do Um, próximos da luz. E diz que os seres grosseiros são em muito maior número do que os do Um, pois encontram na Terra, devido à sua baixa e escura vibração, condições ideais para encarnarem, vindos de encarnações anteriores, ou mesmo de outros planetas, atraídos pela baixa vibração do nosso planeta. Estes seres grosseiros são seres sem mente, ou não a reconhecem, no entanto inteligentes e dominam a Terra, sendo responsáveis pelas condições precárias de sobrevivência do planeta. Quando passam pelo umbral da morte procuram reencarnar rapidamente devido ao seu desmedido apego à 3ª dimensão, ao mundo físico, para repetirem os mesmos erros do passado e reviverem as mesmas experiências do passado. Dominam a Terra estabelecendo as regras da sociedade através da política e da religião. Contra isto os seres do Um pouco podem, porque não estão unidos.
Trata-se de um estranho combate entre a luz e as trevas, em que estas vão vencendo sem muita oposição. De facto, e não falando ainda de política, não podemos deixar de notar que algumas escolas filosóficas que orientam os seus membros para a busca do bem, da luz, se submergem sob a vaidade e o ego dos seus dirigentes, perdendo força e o objectivo original para que foram criadas. Por outro lado assistimos impotentes à proliferação de inúmeras igrejas e seitas, que não são mais do que a expressão do ego inflado dos seus promotores que, por este meio e falando sempre em nome de Deus, buscam apenas a riqueza, as posses materiais, o dinheiro.
Tudo isto acontece com o apoio da política, que numa atitude hipócrita e consentânea com esses cenáculos pseudo divinos, os isenta de impostos e taxas, e inibe qualquer questionamento sobre a sua validade na sociedade através do paradigma criado de que “religião não se discute”.
Os seres grosseiros reconhecem-se, diz o Crânio de Cristal, pelos olhos, pela profundidade do olhar, fazendo lembrar aquele ditado que diz que os olhos são o espelho da alma. Eles têm dominado a Terra desde a mais remota antiguidade, desde quando os seres que aqui chegaram e nos deixaram vários artefactos e registos da sua sabedoria superior, partiram, foram embora para as suas orbes, desistindo da luta inglória de elevar espiritualmente, de encaminhar para a luz, aquele ser rastejante que aqui encontraram e transformaram num ser humano com todas as potencialidades dos seus criadores.
Por outro lado, não foram apenas esses seres superiores que nos habituámos a chamar deuses, que vieram para a Terra. A grande densidade e a baixa vibração do planeta, factores que permitem a 3ª dimensão, têm atraído seres de baixa frequência vibratória, em que a materialidade se torna no objectivo absoluto. Nestas condições é muito difícil aos seres do Um emergirem deste poço escuro vibratório e promoverem o resgate das mentes que se encontram perdidas no mar da materialidade. A maior tragédia resultante desta situação tem sido a terrível exploração do ser humano por outros seres humanos ao longo do tempo, e também, como consequência a depredação das condições vitais do planeta sob a falsa alegação de desenvolvimento. Este resume-se ao desenvolvimento material e não concebe outra forma de evolução senão através dos avanços tecnológicos, tornando a sociedade prisioneira de valores injustos que a oprimem e não a deixam libertar-se.
Para além da depredação da vitalidade do planeta, as consequências desta situação estão à vista de todos e só não vê quem não quer ver. Hoje, aparentemente, a negatividade do nosso passado está ultrapassada. Já não há mais guerras de conquista ou em nome de Deus. Não!? Já não existe a escravatura do ser humano, salvaguardado na sua liberdade por uma coisa chamada “direitos e garantias do cidadão”, em vigor em grande parte do mundo actual. Graças ao advento das democracias, que para muitos terá tido a sua génese na Revolução Francesa nos finais do século dezoito, a maioria dos seres humanos beneficiam da liberdade que lhes permite se auto promoverem e desenvolverem, uma vez que a opressão das ditaduras se tem vindo a desvanecer e a transformar-se em memórias tristes de um passado recente.
Mas será que é assim? Talvez não, pois os “Filhos de Belial” continuam no comando, dominando e estabelecendo as regras e as leis que regem a nossa civilização. A sua maior obra, para além dos sistemas políticos que engendraram, os quais, salvo raras excepções, estão imersos num imenso mar de corrupção, é o sistema económico vigente em todo o mundo, promovendo acumulação ilícita de riqueza, criando terríveis desigualdades entre os seres humanos, que continuam assim a ser explorados, ainda que de uma forma menos dolorosa, mais subtil. A recente crise financeira internacional veio provar que quem de facto governa o mundo, de “cartas marcadas”, não são os governos, são os bancos. Os governos são marionetas nas mãos do sistema bancário internacional. Por isso, quando da crise criada artificialmente para atingir objectivos obscuros, os governos correram a emitir imensas somas de dinheiro para salvar os bancos e as instituições financeiras da falência, uma coisa nunca vista em tempo algum.
Na verdade tudo não passou da emissão de papel, de certificados, de títulos de dívida, pois a riqueza traduzida em dinheiro não corresponde a nada de concreto, apenas a declarações de dívida. Hoje, toda a gente deve a toda a gente, e é preciso continuar a consumir para não derrubar o sistema, que não passa, na realidade, de um “castelo de cartas”. A comunicação, através dos seus órgãos como os jornais, televisão, rádio, publicidade, propaganda, é um veículo ideal para a manutenção desta situação, e nisso tem-se esforçado bastante. De facto, vivemos hoje naquilo que se poderia chamar de ditadura económica.
A acção dos “Filhos de Belial” estende-se a todos os campos. A justiça, os tribunais, coisa em que poucos ainda acreditam, perde-se num emaranhado de leis e regulamentos, onde o mais esperto sobrevive e o inocente se vê muitas vezes enredado em situações que o transformam em vítima de um sistema injusto. A este respeito, lembramo-nos de um diálogo publicado em 1910, no livro “A Central de Energia” da autoria de John Buchan:
“- Evidentemente, disse eu, há inúmeras vigas mestras na civilização, e se as destruíssemos seria o seu desmoronamento. Mas elas aguentam-se bem.
- Não muito… Pense que a fragilidade da máquina se torna cada vez maior. À medida que a vida se complica, o mecanismo torna-se mais inextricável e por consequência mais vulnerável. As vossas supostas sanções multiplicam-se tão desmedidamente que cada uma delas é precária. Nos séculos de obscurantismo existia uma força única: o medo de Deus e da Igreja. Actualmente há uma infinidade de pequenas divindades, igualmente delicadas e frágeis e cuja única força é devida ao nosso tácito consentimento em não as discutir.”
Alguém em 1910 previu como seria o mundo dali para a frente e não se enganou, porque o que está dito nesse diálogo aplica-se hoje a todos os campos da nossa sociedade – as coisas importantes não se discutem.
A violência oprime os grandes centros urbanos e tem vindo, recentemente, a estender-se aos pequenos centros. Psicólogos de teorias duvidosas, em que se procura explicar e justificar o infractor, em vez de se proteger as eventuais vítimas, exercem a sua influência para que a situação continue a degradar-se, sendo a nosso ver os principais responsáveis por uma certa inversão de valores que tem vindo a envenenar a nossa sociedade.
Segundo a voz do Crânio de Cristal, para que a actual situação possa ser modificada no sentido de tornar o mundo mais justo, de se estabelecer o respeito pela natureza e pelo planeta, de se criarem condições para que a vida se torne mais gratificante e a exploração cesse, será necessário que as mentes do Um se unam e comecem o “bom combate”, vencendo os “Filhos de Belial”. Enquanto isso não acontecer, a Terra caminha inexoravelmente para o extermínio.

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