quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Segredos do Cristianismo - IV - Origens Pagãs dos Rituais da Igreja

Na minha segunda crónica sobre este assunto, falei sobre a natureza pagã do Cristianismo. Embora isto possa ter chocado algumas pessoas, que continuam a achar que paganismo é algo de demoníaco e portanto, que o Cristianismo não pode ter tido tal génese, a origem dos rituais seguidos pelas igrejas cristãs é, definitivamente, pagã. Isto aplica-se também, de forma indirecta, à Maçonaria que, nos primeiros tempos, estava intimamente ligada à religião que acabava de emergir. Esta parte será objecto de outra crónica mas, posso adiantar que Paulo era mação e era denominado nos círculos restritos que frequentava como “o Mestre Construtor”.
São conhecidos vários mitos pagãos sobre o nascimento de um “salvador” que, durante a sua curta vida faz milagres, depois padece, é morto e ressuscita ao terceiro dia. Estes mitos anteriores ao Cristianismo existiram na região a que chamamos Médio Oriente ou, em regiões muito próximas. Mas indo um pouco mais longe, para um lugar bem distante, encontramos na frígida Finlândia uma lenda muito semelhante à da Virgem Maria. É Mariatta, Virgem-Mãe das terras nórdicas.
Ukko, o Grande Espírito, que mora no céu, escolhe encarnar-se em Homem-Deus através da virgem Mariatta. Repudiada pelos pais, que não acreditam que continue virgem estando grávida, abriga-se num estábulo onde, numa manjedoura, nasce o Santo Menino. A lenda tem continuação: a determinada altura o Menino desaparece e Mariatta vai à sua procura; pede ajuda à estrela, mas esta não consegue ajudá-la; acontece o mesmo com a Lua; somente o Sol, com pena dela, lhe diz:
“Acolá está a criança dourada;
Lá repousa dormindo teu Santo-Menino,
Encoberto pela água até à cintura,
Escondido pelos caniços e juncos.
Este poema faz lembrar uma das muitas versões do nascimento de Hórus, no Egipto, em que sua mãe, Ísis, sabendo-o ameaçado de morte por Seth, que já causara antes a morte de Osíris, o esconde no Nilo, no meio de caniços e juncos. Ísis também concebe Hórus como virgem pois, tendo recolhido e reunido os pedaços de Osíris depois da sua morte, não consegue encontrar o falo. Mas, por artes mágicas, consegue engravidar e gerar Hórus.
A palavra igreja deriva do termo latino “ecclesia”, ou do grego “ekklesia”, significando assembleia. Portanto, o verdadeiro significado de igreja é a assembleia de fiéis, e não o edifício onde se realizam os rituais. O termo mais apropriado para o edifício será templo, o local onde se realiza o culto. Durante os primeiros 250 anos da nossa era os grupos cristãos que se formaram não tinham templos nem altares, aliás abominavam uns e outros por serem locais de adoração pagã. Os cristãos primitivos seguiam os ensinamentos de Paulo, de que o homem era o único templo de Deus, no qual o Espírito Santo, o espírito de Deus, permanecia. Somente durante o reinado do imperador Deocleciano (235-284) adoptaram o costume pagão de adoração em templos.
Os altares foram copiados da “Ara Máxima” da Roma pagã. As aras (altares) romanas eram pedras quadradas que se colocavam perto de túmulos ou em templos, consagradas principalmente aos deuses dos lares. Os celtas também usavam essas pedras quadradas nas suas cerimónias druídicas, como por exemplo na Irlanda, onde os reis eram coroados sobre uma pedra idêntica – existe uma dessas pedras na abadia de Westminster, em Londres.
A palavra missa, ritual maior do cristianismo, deriva do hebraico “missah” ou “mizda”, que significa oferenda. Também deriva do latim “messis”, que significa colheita, donde Messias, aquele que faz amadurecer as colheitas. Nas festas romanas em honra da deusa Ceres, o ajudante do Grande Sacerdote, vestido de branco, colocava sobre a Hóstia (a oferenda do sacrifício), um pão de trigo, água e vinho. Esta oferenda era então erguida pelo Grande Sacerdote. A oferenda simbolizava os três reinos da Natureza: o pão de trigo, o reino vegetal; o cálice ou vaso de sacrifício, o mineral; e a estola do Grande Sacerdote, feita de pura lã branca de cordeiro, pousava uma das extremidades sobre o cálice.
Esta cerimónia é repetida, gesto por gesto, pelos padres modernos. No fim lavam os dedos das mãos, tal como o Grande Sacerdote que dizia: “Lavo minhas mãos entre o justo e rodearei o teu altar, ó Grande Deusa! (Ceres). Depois dava três voltas ao altar levando as oferendas e erguendo o cálice acima da sua cabeça, coberto com a extremidade da sua estola. Na Igreja grega, o padre cobre o cálice com a extremidade da sua estola pousada sobre um dos ombros.
O paganismo é frequentemente associado a idolatria, dado que se adoram vários deuses representados por estátuas ou imagens pintadas. O cristianismo faz exactamente o mesmo em termos de rituais, de objectos usados nesses rituais e nas vestimentas dos seus sacerdotes: O acto de confissão descende directamente dos romanos pagãos, em que nas cerimónias de sacrifício, o sacerdote sacrificador devia confessar-se antes do início da cerimónia; os sacerdotes de Júpiter usavam um chapéu preto, alto e quadrado, em tudo idêntico ao dos sacerdotes arménios e gregos modernos; a sotaina preta dos padres católicos romanos é a mesma dos sacerdotes de Mitra. O Rei-Sacerdote da Babilónia (de notar que Abraão nasceu na Babilónia) usava um anel de ouro com sinete, as suas sandálias eram beijadas pelos súbditos e usava também um manto branco e uma tiara de ouro com duas pequenas faixas. O Papa possui um anel idêntico, as suas sandálias também são beijadas e usa um manto de cetim branco bordado com estrelas de ouro, além da tiara com as pequenas faixas cobertas de pedras preciosas. A vestimenta de linho branco é a mesma dos sacerdotes de Ísis. Os antigos pagãos usavam água santa, ou lustral, para se purificarem e purificarem as cidades, os campos, os templos, uma prática em tudo semelhante à usada actualmente com as pias de água benta nas igrejas.
Os antigos egípcios, como em todo o mundo pagão, adoravam inúmeros deuses, cada um dedicado a determinado objectivo, como protecção contra doenças, auxílio nas colheitas, apoio na maternidade, etc. No entanto, eles tinham a noção de que havia um Deus acima de todos os outros ou, dois ou três mais importantes que todos os outros. Era algo semelhante ao que se passa com o hinduísmo, onde praticamente cada família adora um deus pessoal mas, acima desses mais de trezentos mil deuses adorados pelos hindus, está a Trindade Hindu constituída por Brahma, Vixnu e Shiva, uma coisa parecida com a Trindade Cristã, com a diferença de que as divindades hindus têm todas, mesmo estas principais, uma contraparte feminina.
Mas muitas das divindades egípcias eram manifestações ou expressões de uma divindade maior, como no caso de Ísis, que assumia outros nomes e paramentos conforme a função que era esperada por parte da deusa. Ísis foi tão importante que, muitas das deusas gregas, romanas e celtas eram expressões dela, Ísis, a Grande-Mãe. Acontece exactamente o mesmo no mundo cristão, em que Maria assume várias expressões e se tem manifestado em vários locais com nomes diferentes. Como exemplos temos Fátima, Guadalupe, Aparecida e, as várias Nossas Senhoras como a Senhora da Conceição, Senhora dos Remédios, Senhora dos Navegantes, etc., etc. O culto destas Senhoras e também de Senhores, como expressões de Cristo, pode levar-nos a entender que existe uma tendência politeísta no mundo cristão, tendência essa herdada do paganismo.
Em termos de idolatria, parece não haver dúvidas para ninguém que as igrejas estão cheias de estátuas e imagens. A Igreja Ortodoxa repudia as estátuas, mas utiliza imagens pintadas. O protestantismo aboliu por completo estátuas e imagens mas, por outro lado, aprofundou o antropomorfismo de Deus, transformando Jesus no criador de todas as coisas, como acontece com muitas das chamadas Igrejas Evangélicas.
A figuração, idealização ou antropomorfização de Deus, isto é, a transformação de Deus numa figura humana, não estava presente nos grupos gnósticos conhecedores dos Mistérios Interiores, que deram origem ao cristianismo. Eles entendiam que Deus estava para além da compreensão humana. Os pagãos adoravam os seus deuses figurando-os em termos humanos ou representando-os como animais ou, como no caso do Antigo Egipto, em figuras meio humanas, meio animais. Alguns dos deuses gregos eram também monstros ou autênticas aberrações. Acontece o mesmo ainda hoje na Índia onde, por exemplo, o deus Ganesh, o filho de Shiva e Parvati, é representado por um elefante.
O cristianismo desenvolveu-se com gente que não conhecia os Mistérios Interiores, apenas os Exteriores e, ao estabelecerem que Jesus era o Filho unigénito de Deus, quer dizer, consubstancial ao Pai, deram o passo essencial para a antropomorfização de Deus, transformando-o num ser com figura humana, não sabendo exactamente como figurá-lo, mas socorrendo-se da figura de Jesus para representá-lo junto da grande massa dos fiéis. Os evangélicos, para além do autêntico carnaval em que transformaram o seu culto, foram mais longe e transformaram Jesus no Deus responsável por toda a Criação. Se estou a exagerar nesta acepção, sugiro que vejam os dísticos colados nos vidros dos carros e as numerosas mensagens que circulam na Internet.

4 comentários:

celso flores disse...

Manoel eu acredito que o seu comentario é para a igreja catolica pois ela tem rituais que poderiam caracterizar costumes pagãos como a missa e santos quanto dizer que Paulo era mason seria uma apelação poi ele afirmava que somente Jesus era o mestre este titulo não pode ser dado a niguem pecador pois todos somos acho que deveria pesquisar melhor e com os olhos da fé repeito a tua opinião mas não partecipo dela - obrigado

John Lennon J. da Silva disse...

A Pax Domini,

São comentários de uma História e Hermenêutica Injusta e ilegítima, o termo apropriado é "distorcida", acepções e opiniões de vários movimentos ligados principalmente ao ateísmo, bem acho que a probabilidade e a finalidade do texto é esta fazer cair em descrédito o Cristianismo, em Principal a Igreja de Cristo Jesus, mas "as portas do Inferno não prevalecerão contra ti" (Mt 16,17-19) foi o que prometeu Jesus a Pedro falando sobre a fundação de sua Igreja. pela mesmo lamento por você!

"No Fim dos Tempos muitos se desviaram da Verdade e se jogaram as fabulas"(II Tim.4:3,4)

Ad Majorem, Dei Gloriam
John Lennon José da Silva
Coord. do Apostolado São Clemente Romano.

DAVID FERREIRA disse...

OS CRISTÃOS DEVERIAM SABER QUE DEUS NAÕ SACRIFÍCA SERES HUMANOS.JEREMIAS 07;31.

DAVID FERREIRA disse...

A MAIORÍA DOS DEUSES DAS NAÇÕES NAÇERAM DE UMA VIRJEM.A HISTÓRIA DE JESUS É UM PLÁJIO DO PLÁJIO.NÃO SOU ATEÍSTA, CREIO NO DEUS INVISIVEL QUE NÃO TOMA FOMA HUMANA.