Todos nós somos ignorantes, porque se não fossemos não estaríamos aqui a fazer nada.
A ignorância é o motor do nosso desenvolvimento, tanto material como espiritual. Sem ignorância não haveria ciência, tecnologia; não haveria descobertas que tornaram a nossa vida mais cómoda e confortável; ainda estaríamos provavelmente no nosso estado inicial quando começámos a viver na Terra. Sem ignorância não pode haver evolução, pois é ela que nos empurra para tentarmos sabe um pouco mais acerca de nós mesmos, da nossa vida, do que estamos aqui a fazer, qual o propósito e muito mais. Por isso somos buscadores, reconhecemos a nossa ignorância e vamos à procura, vamos em busca de uma sabedoria, de um conhecimento que sentimos existir no nosso interior, provavelmente um conhecimento primordial do qual temos apenas uma leve suspeita.
Há quem ache que sabe mais que todos os outros, que não sofre dessa coisa chamada ignorância. É aquele professor que acha que os alunos não passam de um bando de ignorantes e que ele faz o supremo sacrifício de os ensinar. Só que, como todos os pretensiosos, incorre num grande equívoco: ele não pode ensinar nada a ninguém, as pessoas aprendem se quiserem e se puderem – ele apenas fornece pistas, explicações, material para que as pessoas possam aprender.
As últimas conquistas tecnológicas a nível de informação vieram trazer uma nova abordagem da questão educativa assim como da organização social. Com o desenvolvimento da internet as pessoas recebem a informação em casa, sem censura (por enquanto), e podem aprender de forma muito mais rápida do que frequentando uma escola. As pessoas podem passar a ser menos ignorantes, ainda que exista muita desinformação na internet. Por esse motivo, alguns governos querem estabelecer uma forma de censura sobre o que ali se publica e querem também controlar o seu acesso.
Em termos espirituais a nossa ignorância impele-nos para uma religião, uma escola iniciática, uma escola esotérica, para grupos “new age” para associações de vária ordem, inclusive maçónicas (só algumas). Buscamos a resposta ou o esclarecimento para a nossa ignorância. Mas descobrimos com alguma frustração que ali não há respostas – ali há apenas caminhos pelos quais podemos encontrar-nos com o nosso mestre interior, se tivermos coragem e abrirmos a nossa mente. Tudo quanto buscamos está ali, no nosso mestre interior.
É preciso coragem para poder resistir à manipulação de consciências, tão usada pelas religiões, sem excepção, através da qual procuram dominar as populações a elas sujeitas, incutindo-lhes dogmas e doutrinações. Conseguem-no com bastante sucesso, pois usam técnicas bastante desenvolvidas para esse fim e não explicam a verdade porque como alguém disse, a verdade liberta.
Mal avisados são aqueles que se consideram a si mesmos mestres, gurus, professores, orientadores, julgando-se donos da verdade e senhores do conhecimento das coisas, como se o resto dos seres humanos não passe de um conjunto de ignorantes. Considerar outros ignorantes, só porque têm ideias diferentes das suas, é no mínimo falta de educação, falta de respeito pelo próximo, prepotência, falta de senso, falta de sentido ético e mais grave ainda, falta de compaixão, onde o amor não tem lugar.
Mas felizmente que nem tudo é assim. Apesar da confusão dos tempos que estamos vivendo, da desorientação que parece ter tomado conta de tudo, há muita gente que não se importa nem dá importância às luzes da fama, e se dedica de corpo e espírito ao bem dos outros, sem pedir nada em troca.
Na última carta publicada, subordinada ao tema “Espiritualidade”, recebi vários comentários elogiosos por e-mail, pelo “blog” e pelo “facebook”. A todos o meu agradecimento sincero e meu abraço fraterno.
Ad rosen!
Birigui, 8 de Março de 2012
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