Da mesma forma que as Pirâmides, a construção da Esfinge, que foi talhada num bloco único de pedra calcária, é atribuída ao faraó Khafre, porque o rosto da Esfinge teria algumas semelhanças com o rosto desse faraó. No entanto, já foi demonstrado por geólogos que a idade da Esfinge é muito mais antiga do que aquela que lhe é atribuída. Estudando o clima do Egipto durante os últimos milhares de anos e o perfil da erosão provocada pelo tempo e pelas chuvas no corpo da Esfinge, os geólogos chegaram à conclusão de que ela tem, pelo menos, qualquer coisa como 10.000 anos de antiguidade. O geólogo americano Robert Schoch, no Encontro Anual da Associação Americana para o Desenvolvimento da Ciência, em 1992, disse o seguinte: “Aprendi sempre que os povos do Egipto, tanto quanto se sabe, não tinham nem a tecnologia nem a organização social para esculpir o corpo central da Esfinge na época pré-dinástica... Contudo, não acho que seja um problema meu enquanto geólogo. Não estou a tentar livrar-me da tarefa, mas de facto, cabe aos egiptólogos e aos arqueólogos descobrir quem a tinha esculpido. Se a minha descoberta está em conflito com a teoria deles acerca do início da civilização, então, talvez seja altura de voltarem a avaliar essa teoria. Não estou a dizer que a Esfinge foi construída por habitantes da Atlântida ou de Marte, ou extraterrestres. Estou apenas a seguir a ciência, e ela leva-me a concluir que a Esfinge foi construída muito antes do que se pensava...”
Em Saqqara, junto da pirâmide de degraus de Zoser, encontra-se uma pequena pirâmide em completa ruína, atribuída ao rei Unas, que terá governado o Egipto de 2356 a 2323 a. C. Dentro desta pequena pirâmide, encontrou-se uma câmara com as paredes repletas de hieróglifos em alto relevo. Estes hieróglifos ficaram conhecidos como “Os Textos das Pirâmides” cuja escrita supõe-se ter sido feita por sacerdotes de Heliópolis no terceiro século antes de Cristo. Estes textos contêm descrições actuais da época em que foram escritos, contêm referências à quinta e sexta dinastias (2465 a 2152 a. C.), e contêm uma parte sobre os tempos pré-dinásticos que, de alguma forma teriam sido transmitidos àqueles sacerdotes.
Há passagens nos “Textos das Pirâmides” que nos levam a pensar que os egípcios pré-dinásticos ou eram extraterrestres ou tinham relações com eles. Por exemplo, este aqui: “Os deuses que estão no céu são levados à tua presença, os deuses que estão na terra reúnem-se para ti, colocam as mãos debaixo de ti, fabricam uma escada para que possas subir ao céu, as portas do céu são completamente abertas para ti, as portas do firmamento estrelado são completamente abertas para ti.”
Uma das passagens mais perturbadoras diz respeito a Osíris e a sua irmã e esposa Ísis. Esta união consanguínea, do casamento do faraó com a sua própria irmã, permaneceu em toda a civilização egípcia como uma lei imutável – o faraó, sendo de origem divina, só poderia contrair matrimónio com quem tivesse a mesma origem, sua irmã. Nesta passagem, os “Textos das Pirâmides” dizem o seguinte: “A tua irmã Ísis veio ter contigo rejubilando no seu amor por ti. Colocaste-a sobre ti, o teu fluxo entrou nela, e ela engravidou com uma criança semelhante à estrela Sept (Sírius). Hórus-Sept nasceu de ti na forma de Hórus, o habitante de Sept.”
Os egípcios identificavam a estrela Sírius com Ísis. O mais intrigante desta passagem é a implicação clara de que Sírius era vista como uma entidade dupla, de certo modo comparável a uma mulher grávida. O texto diz também que Hórus continuou a ser um habitante de Sírius. Intrigante é também o facto de que os egípcios tinham a clara noção de que Sírius, como hoje a conhecemos, era uma estrela dupla. A que conseguimos ver a olho nu é a Sírius A. A Sírius B é uma estrela anã que gira em torno da primeira. Isto só foi descoberto em 1862 pelo astrónomo americano Alvin Clark. Como é que os escribas dos “Textos das Pirâmides” sabiam isto?
Num livro publicado em 1976, “O Mistério de Sírius”, o seu autor, o americano Robert Temple, afirma que a tribo Dogon da África ocidental conhecia o carácter binário da estrela Sírius, e que sabia que a órbita da estrela anã em torno da sua irmã maior tinha a duração de cinquenta anos. Temple diz que os Dogon tinham recebido esta informação dos antigos egípcios, e também conclui que estes tinham recebido a informação de seres inteligentes da região de Sírius.
Os egípcios tinham uma relação muito forte com a estrela Sírius. Tanto assim que muitos templos eram construídos de tal forma que, durante certas noites do ano, a sua luz podia atingir o altar ou ser vista do altar. Chamavam-lhe também a Estrela Cão, por o seu apogeu sobre os céus do Egipto dar-se na época mais quente – um tempo de cão.
A única coisa que os egiptólogos e arqueólogos têm feito ao longo do tempo tentando desvendar os segredos da civilização egípcia, é olharem somente para baixo – escavando, procurando pedras, desenterrando múmias, abrindo túmulos. Mas, se procurassem também olhar para cima, ou estabelecer uma relação de baixo com o que está em cima, teriam tido há muito tempo grandes surpresas.
Da mesma forma que identificavam Ísis com Sírius, os egípcios identificavam Osíris com a constelação de Orion. Olhando de outra forma para o vasto planalto de Gizé tentando estabelecer uma relação astronómica ou astrológica com aquelas imensas construções, descobrimos coisas verdadeiramente interessantes.
No interior da Grande Pirâmide existem a sul dois poços que ninguém sabe, precisamente, qual a sua utilidade ou objectivo. Foi verificado que o poço sul da Câmara do Rei estava orientado, como se fosse um cano, para o cinturão de Orion, durante a chamada era das pirâmides, entre 2600 e 2400 a.C. O poço a sul da Câmara da Rainha, verificou-se também que estava orientado, durante a mesma época, para a estrela Sírius. Isto parecia confirmar que a Grande Pirâmide tinha sido construída na época de Khufu, cerca de 2520 a. C. Mas havia mais.
Se olharmos de cima para as pirâmides, verificamos que as duas primeiras, as maiores, estão perfeitamente alinhadas, mas a terceira, a mais pequena, está um pouco desviada para a esquerda desse alinhamento. Isto corresponde ao alinhamento das estrelas centrais da constelação de Orion. Portanto, parece que o que fizeram em Gizé foi construir uma réplica perfeita do cinturão de Orion no solo. Mas há um pormenor muito importante: calculado pelos astrónomos e usando toda a tecnologia moderna, o momento em que acontece o alinhamento perfeito entre as pirâmides e as estrelas de Orion dá-se em 10.450 anos antes de Cristo ou, em função da precessão dos equinócios, depois do mapa astral rodar 360 graus, esse alinhamento teria sido também perfeito 36.450 anos antes da nossa Era.
Este é mais um enigma ligado às pirâmides: por um lado, o alinhamento com Orion indica que elas teriam sido construídas, pelo menos, 10.450 anos antes de Cristo; por outro lado, os poços das Câmaras do Rei e da Rainha, dirigidos para Orion e Sírius indicam a data de 2520 a. C. Como resolver este enigma? Há duas teorias que têm sido ventiladas:
• A primeira teoria diz que as pirâmides do complexo de Gizé foram planeadas dessa forma quando foram construídas, quer dizer, com uma tecnologia extremamente desenvolvida, quando da construção em 10450 a. C., poderiam naturalmente construir os poços de modo a que a sua orientação fosse perfeita cerca de oito mil anos mais tarde.
• A segunda teoria diz que as pirâmides não foram completadas naquela data tão recuada. Nessa data lançaram-se as bases do projecto, que foi sendo construído ao longo de oito mil anos. Desta forma, coube àqueles três faraós a tarefa de as terem terminado e daí, a razão porque a sua construção lhes foi atribuída.
Tanto uma hipótese como outra, fazem sentido, qualquer delas pode ser verdadeira. A questão que se põe, no caso da segunda hipótese é a seguinte: como é que a tecnologia e os conhecimentos necessários para a sua construção foram mantidos ao longo de oito mil anos? E como é que essa tecnologia e esses conhecimentos se perderam?
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