Zecharia Sitchin é o autor de uma série de livros que ele denominou de “Crónicas da Terra”. Talvez o mais conhecido desses livros seja aquele intitulado “O 12º Planeta”. Especialista na leitura e interpretação da escrita cuneiforme usada na Suméria e em toda a área da Mesopotâmia, escreveu nessa série de livros uma história fantástica do nosso planeta e do ser humano.
Contestado por muitos como fantasista e que a sua história não é fundamentada em leituras correctas das tabuínhas de argila encontradas na Mesopotâmia, o que é certo é que várias das suas ideias têm vindo a ser confirmadas pela ciência. Por outro lado, algumas das imagens gravadas nessas tabuínhas, são muito perturbadoras, como por exemplo uma em que é mostrado o nosso sistema planetário completo, incluindo os planetas exteriores, coisa que para a nossa ciência só foi possível em pleno século XX. A sua tese de que a Lua foi separada da Terra por um tremendo choque cósmico de um satélite do planeta Nibiru, quando da aproximação deste ao nosso sistema solar, é confirmada pela análise do material lunar, onde se verifica que a Lua é feita da mesma matéria que a Terra, só não tem atmosfera.
Os primeiros projectos americanos para enviar uma nave tripulada à Lua contemplavam a construção de um veículo que pousasse na Lua e tivesse combustível suficiente para voltar, o que parecia uma tarefa muito difícil ou impossível de realizar. Zecharia Sitchin, que entretanto se tornara conselheiro da NASA, sugeriu o mesmo sistema usado pelos deuses no Antigo Egipto: a nave principal ficava em órbita e uma nave mais pequena efectuava o pouso lunar. No Egipto essas naves mais pequenas chamavam-se “águias”. O módulo que pousou na Lua chamava-se “eagle” (águia).
Aparentemente parece que a nossa história começou na Suméria, o actual Iraque, a região entre os rios Tigre e Eufrates, o local em que a Bíblia situa o Jardim do Éden. Na história contada nas tabuínhas de argila, houve épocas em que deuses governaram a Terra e ensinaram aos homens os rudimentos da ciência, da agricultura, da pecuária, do pastoreio de animais, e por aí fora.
Os deuses sumérios eram 12 e, de certa forma, dividiram a Terra entre eles. O chefe desses deuses chamava-se Anu, o qual tinha dois filhos, Enki ou Ea e Enlil. Na divisão da Terra, coube a Enki o governo da região que viemos a conhecer como Egipto.
No Egipto, Enki ficou conhecido pelo nome de PTAH, e governou, segundo a crónica daquelas tabuínhas de argila, durante 9.000 anos.
Ptah passou o poder a seu filho RA, que na suméria se chamava Marduk. A RA sucedeu seu filho Shu, casado com sua irmã Tefnut. Segundo a tradição egípcia, foram estes deuses que estabeleceram o modelo adoptado pelos faraós: a esposa oficial do rei era a sua própria irmã. Shu e Tefnut cederam o governo a dois dos seus filhos, irmão e irmã, Geb e Nut.
Com os descendentes de Geb e Nut, tudo se complicou. Com os seus dois filhos casados com as próprias irmãs, Geb e Nut não tiveram outra solução senão dividir o reino entre eles: Asar (Osíris) e Ast (Ísis) ficaram com o Baixo Egipto, Seth e Néftis ficaram com o Alto Egipto.
Isto foi uma grande complicação. Os deuses, tal como nos é descrito em toda a mitologia grega, sofriam das mesmas paixões que mais tarde os humanos vieram a receber por herança. Eram gananciosos, sedentos de poder, cometiam adultérios, incestos, eram ciumentos, etc. Assim, como nos conta Plutarco, historiador grego do 1º século da nossa era, Osíris era filho de Ra, numa relação que este manteve com sua neta Nut. Ísis era filha de Thot, que também se relacionara com Nut. Desta forma, Osíris, que era filho do grande deus Ra era o herdeiro principal. Mas pelas regras dos deuses, o herdeiro deveria ser Seth, pois ele e sua irmã e esposa Néftis, eram filhos legítimos de Geb.
Todos conhecemos o que se seguiu. Seth acabou por assassinar Osíris e tomar para si o poder sobre todo o Egipto. Para que Osíris não pudesse ser ressuscitado, separou o seu corpo em vários pedaços, 14 segundo uns, 42 segundo outros, e atirou-os ao Nilo. Ísis partiu em busca desses pedaços de Osíris e conseguiu reunir quase todos, menos um, o falo. Mas mesmo assim, por artes mágicas, conseguiu ser impregnada por Osíris e dar à luz o filho Hórus. Criado em segredo, Hórus ficou com a incumbência de, quando chegasse à idade adulta, vingar o pai.
Aparentemente, Osíris morrera sem deixar herdeiro. Seth tentou forçar Ísis a dar-lhe esse herdeiro, o que garantiria o poder no Egipto para a sua descendência. Mas Ísis, apesar de feita prisioneira por Seth, recusou-se e conseguiu fugir com a ajuda de Thot. Procurou o filho Hórus onde o deixara escondido e descobriu que ele agonizava devido à picada de um escorpião. Ela não tinha o poder de o curar e pediu a ajuda dos céus. Thot, senhor das artes mágicas e do conhecimento, desceu dos céus e curou o menino.
Quando Hórus se tornou adulto e depois de aprender tudo quanto tinha a aprender com os deuses que se tinham mantido fiéis a Osíris e Ísis, apresentou-se perante o Conselho dos deuses e reclamou para si o trono do seu pai. Depois de várias peripécias em que tentou desacreditar Hórus, e não conseguindo convencer a assembleia, Seth saiu furioso gritando que somente pelas armas o assunto poderia ser resolvido. E assim foi, depois de várias e sangrentas batalhas aéreas, terrestres e marítimas, Seth foi derrotado. O Conselho dos deuses deliberou então entregar todo o poder sobre o Egipto a Hórus e Seth recebeu um novo território a leste. Na Bíblia, Caim depois de ter assassinado Abel e ter caído em desgraça perante Deus é também enviado para terras do leste.
Como acontecera na Mesopotâmia, também no Egipto os deuses transmitiram aos homens as formas de adoração religiosa. Inicialmente, acredito que essa foi uma maneira dos deuses tentarem ensinar aos homens os mistérios da vida e do universo, mas também vejo nisso uma forma de dos deuses manterem o controlo sobre os destinos humanos. Através de rituais e sacrifícios, mantinham os humildes e ignorantes seres humanos sob a sua estrita observação e controlo. Tirando os ritos da natureza desenvolvidos um pouco por toda a Europa e os ritos xamânicos, estes também da natureza mas espalhados por todo o planeta, foi no Egipto que o sistema religioso atingiu a sua forma mais expressiva. No Egipto, pode-se dizer, nasceram as grandes religiões que têm controlado o mundo nos últimos milénios. Não sabemos até que ponto as ideias religiosas egípcias terão influenciando de forma decisiva as religiões do Oriente, nomeadamente da Índia e da China. Mas acredito que, se procurarmos bem, somos capazes de encontrar pontos de ligação. Entretanto o judaísmo, o cristianismo e, mais tarde, o islamismo, tiveram a sua génese primordial no Egipto.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
A Era dos Deuses - IV - Os Mistérios Egípcios - 2ª Parte
Da mesma forma que as Pirâmides, a construção da Esfinge, que foi talhada num bloco único de pedra calcária, é atribuída ao faraó Khafre, porque o rosto da Esfinge teria algumas semelhanças com o rosto desse faraó. No entanto, já foi demonstrado por geólogos que a idade da Esfinge é muito mais antiga do que aquela que lhe é atribuída. Estudando o clima do Egipto durante os últimos milhares de anos e o perfil da erosão provocada pelo tempo e pelas chuvas no corpo da Esfinge, os geólogos chegaram à conclusão de que ela tem, pelo menos, qualquer coisa como 10.000 anos de antiguidade. O geólogo americano Robert Schoch, no Encontro Anual da Associação Americana para o Desenvolvimento da Ciência, em 1992, disse o seguinte: “Aprendi sempre que os povos do Egipto, tanto quanto se sabe, não tinham nem a tecnologia nem a organização social para esculpir o corpo central da Esfinge na época pré-dinástica... Contudo, não acho que seja um problema meu enquanto geólogo. Não estou a tentar livrar-me da tarefa, mas de facto, cabe aos egiptólogos e aos arqueólogos descobrir quem a tinha esculpido. Se a minha descoberta está em conflito com a teoria deles acerca do início da civilização, então, talvez seja altura de voltarem a avaliar essa teoria. Não estou a dizer que a Esfinge foi construída por habitantes da Atlântida ou de Marte, ou extraterrestres. Estou apenas a seguir a ciência, e ela leva-me a concluir que a Esfinge foi construída muito antes do que se pensava...”
Em Saqqara, junto da pirâmide de degraus de Zoser, encontra-se uma pequena pirâmide em completa ruína, atribuída ao rei Unas, que terá governado o Egipto de 2356 a 2323 a. C. Dentro desta pequena pirâmide, encontrou-se uma câmara com as paredes repletas de hieróglifos em alto relevo. Estes hieróglifos ficaram conhecidos como “Os Textos das Pirâmides” cuja escrita supõe-se ter sido feita por sacerdotes de Heliópolis no terceiro século antes de Cristo. Estes textos contêm descrições actuais da época em que foram escritos, contêm referências à quinta e sexta dinastias (2465 a 2152 a. C.), e contêm uma parte sobre os tempos pré-dinásticos que, de alguma forma teriam sido transmitidos àqueles sacerdotes.
Há passagens nos “Textos das Pirâmides” que nos levam a pensar que os egípcios pré-dinásticos ou eram extraterrestres ou tinham relações com eles. Por exemplo, este aqui: “Os deuses que estão no céu são levados à tua presença, os deuses que estão na terra reúnem-se para ti, colocam as mãos debaixo de ti, fabricam uma escada para que possas subir ao céu, as portas do céu são completamente abertas para ti, as portas do firmamento estrelado são completamente abertas para ti.”
Uma das passagens mais perturbadoras diz respeito a Osíris e a sua irmã e esposa Ísis. Esta união consanguínea, do casamento do faraó com a sua própria irmã, permaneceu em toda a civilização egípcia como uma lei imutável – o faraó, sendo de origem divina, só poderia contrair matrimónio com quem tivesse a mesma origem, sua irmã. Nesta passagem, os “Textos das Pirâmides” dizem o seguinte: “A tua irmã Ísis veio ter contigo rejubilando no seu amor por ti. Colocaste-a sobre ti, o teu fluxo entrou nela, e ela engravidou com uma criança semelhante à estrela Sept (Sírius). Hórus-Sept nasceu de ti na forma de Hórus, o habitante de Sept.”
Os egípcios identificavam a estrela Sírius com Ísis. O mais intrigante desta passagem é a implicação clara de que Sírius era vista como uma entidade dupla, de certo modo comparável a uma mulher grávida. O texto diz também que Hórus continuou a ser um habitante de Sírius. Intrigante é também o facto de que os egípcios tinham a clara noção de que Sírius, como hoje a conhecemos, era uma estrela dupla. A que conseguimos ver a olho nu é a Sírius A. A Sírius B é uma estrela anã que gira em torno da primeira. Isto só foi descoberto em 1862 pelo astrónomo americano Alvin Clark. Como é que os escribas dos “Textos das Pirâmides” sabiam isto?
Num livro publicado em 1976, “O Mistério de Sírius”, o seu autor, o americano Robert Temple, afirma que a tribo Dogon da África ocidental conhecia o carácter binário da estrela Sírius, e que sabia que a órbita da estrela anã em torno da sua irmã maior tinha a duração de cinquenta anos. Temple diz que os Dogon tinham recebido esta informação dos antigos egípcios, e também conclui que estes tinham recebido a informação de seres inteligentes da região de Sírius.
Os egípcios tinham uma relação muito forte com a estrela Sírius. Tanto assim que muitos templos eram construídos de tal forma que, durante certas noites do ano, a sua luz podia atingir o altar ou ser vista do altar. Chamavam-lhe também a Estrela Cão, por o seu apogeu sobre os céus do Egipto dar-se na época mais quente – um tempo de cão.
A única coisa que os egiptólogos e arqueólogos têm feito ao longo do tempo tentando desvendar os segredos da civilização egípcia, é olharem somente para baixo – escavando, procurando pedras, desenterrando múmias, abrindo túmulos. Mas, se procurassem também olhar para cima, ou estabelecer uma relação de baixo com o que está em cima, teriam tido há muito tempo grandes surpresas.
Da mesma forma que identificavam Ísis com Sírius, os egípcios identificavam Osíris com a constelação de Orion. Olhando de outra forma para o vasto planalto de Gizé tentando estabelecer uma relação astronómica ou astrológica com aquelas imensas construções, descobrimos coisas verdadeiramente interessantes.
No interior da Grande Pirâmide existem a sul dois poços que ninguém sabe, precisamente, qual a sua utilidade ou objectivo. Foi verificado que o poço sul da Câmara do Rei estava orientado, como se fosse um cano, para o cinturão de Orion, durante a chamada era das pirâmides, entre 2600 e 2400 a.C. O poço a sul da Câmara da Rainha, verificou-se também que estava orientado, durante a mesma época, para a estrela Sírius. Isto parecia confirmar que a Grande Pirâmide tinha sido construída na época de Khufu, cerca de 2520 a. C. Mas havia mais.
Se olharmos de cima para as pirâmides, verificamos que as duas primeiras, as maiores, estão perfeitamente alinhadas, mas a terceira, a mais pequena, está um pouco desviada para a esquerda desse alinhamento. Isto corresponde ao alinhamento das estrelas centrais da constelação de Orion. Portanto, parece que o que fizeram em Gizé foi construir uma réplica perfeita do cinturão de Orion no solo. Mas há um pormenor muito importante: calculado pelos astrónomos e usando toda a tecnologia moderna, o momento em que acontece o alinhamento perfeito entre as pirâmides e as estrelas de Orion dá-se em 10.450 anos antes de Cristo ou, em função da precessão dos equinócios, depois do mapa astral rodar 360 graus, esse alinhamento teria sido também perfeito 36.450 anos antes da nossa Era.
Este é mais um enigma ligado às pirâmides: por um lado, o alinhamento com Orion indica que elas teriam sido construídas, pelo menos, 10.450 anos antes de Cristo; por outro lado, os poços das Câmaras do Rei e da Rainha, dirigidos para Orion e Sírius indicam a data de 2520 a. C. Como resolver este enigma? Há duas teorias que têm sido ventiladas:
• A primeira teoria diz que as pirâmides do complexo de Gizé foram planeadas dessa forma quando foram construídas, quer dizer, com uma tecnologia extremamente desenvolvida, quando da construção em 10450 a. C., poderiam naturalmente construir os poços de modo a que a sua orientação fosse perfeita cerca de oito mil anos mais tarde.
• A segunda teoria diz que as pirâmides não foram completadas naquela data tão recuada. Nessa data lançaram-se as bases do projecto, que foi sendo construído ao longo de oito mil anos. Desta forma, coube àqueles três faraós a tarefa de as terem terminado e daí, a razão porque a sua construção lhes foi atribuída.
Tanto uma hipótese como outra, fazem sentido, qualquer delas pode ser verdadeira. A questão que se põe, no caso da segunda hipótese é a seguinte: como é que a tecnologia e os conhecimentos necessários para a sua construção foram mantidos ao longo de oito mil anos? E como é que essa tecnologia e esses conhecimentos se perderam?
Em Saqqara, junto da pirâmide de degraus de Zoser, encontra-se uma pequena pirâmide em completa ruína, atribuída ao rei Unas, que terá governado o Egipto de 2356 a 2323 a. C. Dentro desta pequena pirâmide, encontrou-se uma câmara com as paredes repletas de hieróglifos em alto relevo. Estes hieróglifos ficaram conhecidos como “Os Textos das Pirâmides” cuja escrita supõe-se ter sido feita por sacerdotes de Heliópolis no terceiro século antes de Cristo. Estes textos contêm descrições actuais da época em que foram escritos, contêm referências à quinta e sexta dinastias (2465 a 2152 a. C.), e contêm uma parte sobre os tempos pré-dinásticos que, de alguma forma teriam sido transmitidos àqueles sacerdotes.
Há passagens nos “Textos das Pirâmides” que nos levam a pensar que os egípcios pré-dinásticos ou eram extraterrestres ou tinham relações com eles. Por exemplo, este aqui: “Os deuses que estão no céu são levados à tua presença, os deuses que estão na terra reúnem-se para ti, colocam as mãos debaixo de ti, fabricam uma escada para que possas subir ao céu, as portas do céu são completamente abertas para ti, as portas do firmamento estrelado são completamente abertas para ti.”
Uma das passagens mais perturbadoras diz respeito a Osíris e a sua irmã e esposa Ísis. Esta união consanguínea, do casamento do faraó com a sua própria irmã, permaneceu em toda a civilização egípcia como uma lei imutável – o faraó, sendo de origem divina, só poderia contrair matrimónio com quem tivesse a mesma origem, sua irmã. Nesta passagem, os “Textos das Pirâmides” dizem o seguinte: “A tua irmã Ísis veio ter contigo rejubilando no seu amor por ti. Colocaste-a sobre ti, o teu fluxo entrou nela, e ela engravidou com uma criança semelhante à estrela Sept (Sírius). Hórus-Sept nasceu de ti na forma de Hórus, o habitante de Sept.”
Os egípcios identificavam a estrela Sírius com Ísis. O mais intrigante desta passagem é a implicação clara de que Sírius era vista como uma entidade dupla, de certo modo comparável a uma mulher grávida. O texto diz também que Hórus continuou a ser um habitante de Sírius. Intrigante é também o facto de que os egípcios tinham a clara noção de que Sírius, como hoje a conhecemos, era uma estrela dupla. A que conseguimos ver a olho nu é a Sírius A. A Sírius B é uma estrela anã que gira em torno da primeira. Isto só foi descoberto em 1862 pelo astrónomo americano Alvin Clark. Como é que os escribas dos “Textos das Pirâmides” sabiam isto?
Num livro publicado em 1976, “O Mistério de Sírius”, o seu autor, o americano Robert Temple, afirma que a tribo Dogon da África ocidental conhecia o carácter binário da estrela Sírius, e que sabia que a órbita da estrela anã em torno da sua irmã maior tinha a duração de cinquenta anos. Temple diz que os Dogon tinham recebido esta informação dos antigos egípcios, e também conclui que estes tinham recebido a informação de seres inteligentes da região de Sírius.
Os egípcios tinham uma relação muito forte com a estrela Sírius. Tanto assim que muitos templos eram construídos de tal forma que, durante certas noites do ano, a sua luz podia atingir o altar ou ser vista do altar. Chamavam-lhe também a Estrela Cão, por o seu apogeu sobre os céus do Egipto dar-se na época mais quente – um tempo de cão.
A única coisa que os egiptólogos e arqueólogos têm feito ao longo do tempo tentando desvendar os segredos da civilização egípcia, é olharem somente para baixo – escavando, procurando pedras, desenterrando múmias, abrindo túmulos. Mas, se procurassem também olhar para cima, ou estabelecer uma relação de baixo com o que está em cima, teriam tido há muito tempo grandes surpresas.
Da mesma forma que identificavam Ísis com Sírius, os egípcios identificavam Osíris com a constelação de Orion. Olhando de outra forma para o vasto planalto de Gizé tentando estabelecer uma relação astronómica ou astrológica com aquelas imensas construções, descobrimos coisas verdadeiramente interessantes.
No interior da Grande Pirâmide existem a sul dois poços que ninguém sabe, precisamente, qual a sua utilidade ou objectivo. Foi verificado que o poço sul da Câmara do Rei estava orientado, como se fosse um cano, para o cinturão de Orion, durante a chamada era das pirâmides, entre 2600 e 2400 a.C. O poço a sul da Câmara da Rainha, verificou-se também que estava orientado, durante a mesma época, para a estrela Sírius. Isto parecia confirmar que a Grande Pirâmide tinha sido construída na época de Khufu, cerca de 2520 a. C. Mas havia mais.
Se olharmos de cima para as pirâmides, verificamos que as duas primeiras, as maiores, estão perfeitamente alinhadas, mas a terceira, a mais pequena, está um pouco desviada para a esquerda desse alinhamento. Isto corresponde ao alinhamento das estrelas centrais da constelação de Orion. Portanto, parece que o que fizeram em Gizé foi construir uma réplica perfeita do cinturão de Orion no solo. Mas há um pormenor muito importante: calculado pelos astrónomos e usando toda a tecnologia moderna, o momento em que acontece o alinhamento perfeito entre as pirâmides e as estrelas de Orion dá-se em 10.450 anos antes de Cristo ou, em função da precessão dos equinócios, depois do mapa astral rodar 360 graus, esse alinhamento teria sido também perfeito 36.450 anos antes da nossa Era.
Este é mais um enigma ligado às pirâmides: por um lado, o alinhamento com Orion indica que elas teriam sido construídas, pelo menos, 10.450 anos antes de Cristo; por outro lado, os poços das Câmaras do Rei e da Rainha, dirigidos para Orion e Sírius indicam a data de 2520 a. C. Como resolver este enigma? Há duas teorias que têm sido ventiladas:
• A primeira teoria diz que as pirâmides do complexo de Gizé foram planeadas dessa forma quando foram construídas, quer dizer, com uma tecnologia extremamente desenvolvida, quando da construção em 10450 a. C., poderiam naturalmente construir os poços de modo a que a sua orientação fosse perfeita cerca de oito mil anos mais tarde.
• A segunda teoria diz que as pirâmides não foram completadas naquela data tão recuada. Nessa data lançaram-se as bases do projecto, que foi sendo construído ao longo de oito mil anos. Desta forma, coube àqueles três faraós a tarefa de as terem terminado e daí, a razão porque a sua construção lhes foi atribuída.
Tanto uma hipótese como outra, fazem sentido, qualquer delas pode ser verdadeira. A questão que se põe, no caso da segunda hipótese é a seguinte: como é que a tecnologia e os conhecimentos necessários para a sua construção foram mantidos ao longo de oito mil anos? E como é que essa tecnologia e esses conhecimentos se perderam?
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