AS FIGURAS DE ESPADAS
As Espadas estão relacionadas com o elemento Ar, masculino, YANG, e representam os poderes da mente ou do intelecto. Representam ainda o mundo subtil entre o Céu e a Terra, o mundo da expansão necessário para a sobrevivência de todos os seres.
As figuras de Espadas representam quatro formas de expressão do intelecto ou da mente.
O Cavaleiro de Espadas:
Representa o Fogo no Ar. Na natureza é o vento, as tormentas, o aspecto destrutivo do Ar.
A carta mostra um Cavaleiro de armadura, à qual estão ligadas quatro asas giratórias que representam as quatro direcções principais da Rosa dos Ventos.
O cavalo está lançado numa corrida à desfilada, em ataque ou em fuga.
O Cavaleiro tem na mão direita uma espada e na esquerda uma adaga. Três andorinhas voam por baixo dele, indicando que corpo, psique e espírito estão juntos no movimento.
O Cavaleiro, que é Fogo, tem a sua capacidade de reflexão e raciocínio completamente afectada por este elemento, de modo que age apenas por impulso, joga-se como um louco atrás dos seus objectivos.
O Cavaleiro é, nesta carta, a representação da extrema exaltação da mente, sem Água para suavizá-la e sem Terra para a delimitar. Não existe equilíbrio entre estes dois elementos, Fogo e Ar. Assim, a atitude do Cavaleiro de Espadas acaba por ser extremista e demasiadamente impulsiva.
O excesso de YANG facilita a perda de contacto com a realidade.
Esta é a carta dos políticos inflamados, dos fanáticos religiosos, dos militares e demagogos em geral.
A Rainha de Espadas:
Representa o aspecto da Água no Ar. Na natureza é a humidade ambiental, as nuvens.
Sentada num trono de nuvens brancas, a Rainha segura na mão direita a espada com que acabou de cortar a cabeça de um velho barbudo, que tem na outra mão. Este gesto significa o corte drástico com os velhos padrões machistas e autoritários que governam a sociedade.
A sua coroa formada por cristais, símbolo de claridade e lucidez, é encimada pela cabeça de uma criança, que representa a pureza e a inocência.
Esta carta mostra a morte do velho para dar lugar ao novo, num nível essencialmente mental.
Esta Rainha é a mais perceptiva, observadora e inteligente das suas irmãs. Nada escapa à sua mente. Crowley chamou-a de “A Libertadora da Mente”.
O Príncipe de Espadas:
Com Ar em dobro, este Príncipe encarna todas as qualidades deste elemento. A ausência dos outros três elementos torna o Príncipe completamente alienado de tudo o que não seja intelectual.
Esta é a carta do intelecto puro, isolado das emoções, da espiritualidade, dos corpo e seus instintos, e da realidade material. No carro e nas asas imperam as figuras geométricas, indicando que se trata de um ser abstracto, impessoal e mental.
O carro é puxado por três crianças, indicando uma mente agitada por pensamentos desencontrados. A espada na mão direita é o símbolo da polaridade da mente: quando definimos algo, estamos necessariamente a definir o seu oposto.
O trabalho do iniciado é atingir a unidade através da polaridade. A predominância de um dos pólos não leva a lugar nenhum.
A espada de dois gumes é também um símbolo de polaridade: com um constrói ou impõe a lei, com o outro destrói. Tal como a mente: com um lado afirma, com o outro nega.
A foice na mão esquerda é o instrumento com o qual destrói aquilo que construiu.
Sendo Ar/Ar, sem referenciais internos, este Príncipe é incapaz de concretizar alguma coisa, pois a dúvida é constante. Ele é tão racional que se torna irracional, argumentador, sempre propondo ideias e projectos sem o mínimo interesse em concretizá-los. É perigosamente instável e incapaz de discernir entre as várias teses, antíteses, teorias e princípios, entre os quais se perde. Pelo puro prazer de argumentar, adora discutir as ideias mais inverosímeis e insensatas.
No melhor dos casos será um filósofo ou um filólogo, um pesquisador da essência das ideias. No pior dos casos trata-se de alguém completamente alienado, desconectado da realidade e incapaz de expressar emoções e paixões.
A Princesa de Espadas:
Encarna o aspecto mais térreo do Ar. Na natureza é a capacidade de saturação e densificação da atmosfera. Está também relacionada com a pressão atmosférica e o ambiente carregado, cheio de gases tóxicos e poluição das nossas grandes cidades.
A Princesa de Copas é a materializadora das ideias, simbolizando o aspecto prático e concretizador da mente. Tem o intelecto dirigido para a resolução de assuntos materiais. A sua mente está conectada com a realidade física das coisas.
A falta de Água e Fogo faz com que a mente desta Princesa não consiga voar. Falta-lhe inspiração e sensibilidade para que a sua vida seja algo além de pagar as contas e alimentar as suas ambições materiais.
Na carta a Princesa aparece com uma espada na mão direita em posição de defesa contra um inimigo invisível, enquanto com a esquerda parece proteger algo material atrás de si. Esse algo material podem ser os seus apegos e talvez o conjunto de culpas e outras características pessoais que não quer mostrar por considerá-las seus pontos fracos.
Seu elmo é ramatado com a cabeça de Medusa, a única mortal das três Gorgonas: Ésteno, Euríale e Medusa, três irmãs, que representam a perversão dos impulsos sexuais, sociais e espirituais. Medusa representa a energia paralisante e mórbida da culpa, muitas vezes exagerada pela vaidade que inibe o esforço reparador.
A Princesa projecta seus medos e culpas no mundo exterior e toma uma atitude desconfiada, defensiva e agressiva. Sendo a materializadora das ideias, podemos ver nela a capacidade de lutar contra qualquer obstáculo que se interponha no seu caminho.
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