Nestas crónicas não vou falar dos mistérios religiosos do Antigo Egipto, mas de outros mistérios relacionados com a origem da sua esplendorosa civilização que durou mais de 2.000 anos, em termos históricos.
Uma das particularidades mais notáveis que acontece com o Antigo Egipto e que continua a intrigar os mais cépticos dos cientistas, para a qual ainda não encontraram uma explicação razoável, é a seguinte: não se conhece uma passagem gradual do estado pré-histórico, da Idade da Pedra, do Ferro, do Bronze, para o estado civilizacional. De repente, aparece uma civilização organizada, com uma escrita, os faraós governando e construindo grandes monumentos. O mesmo fenómeno parece ter acontecido, mais ou menos ao mesmo tempo, na Caldeia e na Babilónia ou, mais precisamente na região da Mesopotâmia. Dá a impressão de que alguém chegou, vindo não se sabe de onde, e instruiu os habitantes locais sobre as diversas artes e ciências. Naturalmente que existem muitas teorias acerca dos primitivos habitantes das margens do rio Nilo, mas não explicam como é que esses habitantes, que viviam da pesca e de uma agricultura rudimentar, se transformaram, da noite para o dia, na civilização organizada que conhecemos.
A importância do Antigo Egipto é tão grande que, dentro da arqueologia constitui uma especialidade à parte – egiptologia. Os arqueólogos que se têm dedicado a escavar as tumbas no Egipto também se chamam egiptólogos. O problema é que estes egiptólogos, para as suas conclusões, partem de premissas conservadoras, ou seja, que a civilização do Antigo Egipto teve que ter uma evolução gradual como qualquer outra civilização antiga e que foram os egípcios os únicos responsáveis por essa civilização e pela construção de toda a monumentalidade que nos deixaram. Não lhes passa pela cabeça que a verdade pode estar algures em outra parte.
Não têm levado em consideração os escritos antigos que contrariam as suas teses. Maneto, um sacerdote de Heliópolis do terceiro século antes da nossa era, compilou uma história do Antigo Egipto mas, os egiptólogos só usam as suas descrições para o período histórico e repudiam tudo quanto se refere a épocas anteriores, considerando-as falsas ou fruto de fantasias. Numa crónica de Eusébio, um autor cristão do terceiro século depois de Cristo, citando directamente Maneto, desenrola uma lista de deuses que mais não é do que a novena, ou o grupo de 9 deuses de Heliópolis. Esses deuses são: Rá, Geb, Nut, Osíris, Ísis, Seth, Shu, Tefnet e Nephtys. Estranhamente Hórus não faz parte desta lista.
Referindo-se a estes deuses, Eusébio diz o seguinte: “Foram os primeiros a ter o poder no Egipto. A realeza passou de um para outro numa sucessão ininterrupta… durante 13.900 anos. Após os deuses, os semideuses reinaram durante 1.255 anos; e, depois, outra linha de reis teve o poder durante 1.817 anos; em seguida vieram mais trinta reis, que reinaram durante 1.790 anos; e depois 10 reis que governaram durante 350 anos. Eles seguiram o governo dos espíritos dos mortos… durante 5.813 anos”. A soma destes períodos todos dá 24.925 anos. Ora o período histórico do Egipto, o início da primeira dinastia, remonta a apenas 3.100 a.C. Isto quer dizer que, muito antes da primeira dinastia, estavam presentes no Egipto seres civilizados, deuses ou homens.
O historiador grego Diodoro Sículo, que viveu no primeiro século a. C., visitou o Egipto. Eis o que ele escreveu: “No começo, deuses e heróis governaram o Egipto durante pouco menos de dezoito mil anos, sendo Hórus, o filho de Ísis, o último dos deuses a governar... Mortais foram os reis do seu país, segundo se diz, durante quase cinco mil anos.”
Antes de Diodoro, outro historiador grego visitou o Egipto, Heródoto, que viveu no quinto século a. C. Ele transmite-nos a seguinte informação que lhe foi facultada pelos sacerdotes de Heliópolis: “Disseram que durante esse tempo houve quatro ocasiões em que o Sol nasceu fora do seu local habitual – duas vezes nascendo onde agora se põe, e duas vezes pondo-se onde agora nasce”.
Isto quer dizer o quê? Que o Sol mudou de local de nascimento, que deixou de nascer a leste? Não. Isto tem a ver com o fenómeno da precessão dos equinócios. No tempo de Heródoto, o Sol, no Equinócio da Primavera, nascia na constelação de Carneiro (Áries), quando a constelação de Balança (Libra) estava no local oposto. Como o Sol muda de constelação zodiacal em cada 2160 anos aproximadamente, para termos o Sol a nascer na constelação de Balança, teremos que recuar aproximadamente 13.000 anos. Seguindo à letra a informação acima, isto leva-nos a qualquer coisa como 39.000 anos antes de Heródoto, pois o fenómeno repetiu-se por duas vezes. Este número de 39.000 anos parece muito exagerado, mesmo para os mais entusiastas acerca destas questões. No entanto, ele está de acordo com dois documentos que foram encontrados no Egipto e que se referem aos tempos pré-dinásticos.
Um desses documentos é chamado “O Papiro de Turim”. Nos fragmentos que se conseguiram recuperar, é possível ler nove dinastias de faraós pré-dinásticos, entre os quais estão os “Veneráveis de Mênfis”, os “Veneráveis do Norte” e os “Shemsu Hor, os seguidores de Hórus, que governaram até ao fim da época de Manes. Nas duas linhas finais do papiro está o resumo em anos da duração dos reinados: “Shemsu Hor – 13.420 anos; reinados antes de Shemsu Hor – 23.200 anos; total – 36.620 anos.
O segundo documento que se refere aos tempos pré-históricos é chamado de “A Pedra de Palermo”, mas este não recua no tempo tanto quanto o “Papiro de Turim”. O registo mais antigo que consta nesta pedra diz respeito ao reinado de 120 faraós que governaram o Egipto antes de 3.100 a. C.
Os monumentos mais famosos do Egipto e mais conhecidos são as três grandes pirâmides cuja construção foi atribuída pelos egiptólogos e arqueólogos a três faraós: Khufu (Quéops), Khafre (Kefren) e Menkaure (Miquerinos). O que levou estes pesquisadores a esta conclusão foi terem-se encontrado referências escritas a estes reis junto daqueles monumentos. Mas isto não prova que tenham sido eles os seus verdadeiros construtores e que as pirâmides tenham sido construídas na época que eles indicam, cerca de 2.500 anos antes de Cristo. Na verdade, ninguém sabe, exactamente, em que época é que elas foram construídas.
Sempre suspeitei que os deuses egípcios, principalmente os primeiros nove, da mesma forma que os deuses gregos, eram mais do que figuras da imaginação do povo e dos sacerdotes. Sempre suspeitei que esses deuses correspondiam a seres concretos que, em determinadas épocas viveram no meio de nós instruindo-nos nas mais diversas actividades e dando-nos os conceitos de moral para que nos pudéssemos tornar seres civilizados. A tradição está cheia de relatos acerca desses seres instrutores. Não acredito que o homem por si só, nos primórdios da sua existência, tenha conseguido dar os passos necessários para descobrir a agricultura, o manuseio de metais, etc. A prova disto está presente hoje em muitas partes do Mundo onde tribos aborígenes continuam a viver como se ainda estivéssemos na Idade da Pedra – não evoluíram para outras formas de sociedade nem desenvolveram outras capacidades porque, simplesmente, ninguém lhes ensinou.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
A Era dos Deuses - II - O Cavalo de Troia
Toda a gente conhece a história do Cavalo de Tróia. É tão conhecida a história e o seu significado que até alguns vírus informáticos que infectam de vez em quando os computadores tomaram esse nome. É também o nome de uma série de livros acerca de uma presumível viagem no tempo, mais precisamente ao tempo de Jesus. Na verdade trata-se de uma armadilha, de uma introdução de algo estranho dentro de um ambiente para daí tirar vantagem. Foi o que aconteceu em Tróia, aparentemente, pois não se sabe se o episódio foi real, uma vez que não consta da Ilíada, a obra-prima de Homero. Verdade ou não, o que é certo é que tem servido de inspiração a muita gente.
Durante muito tempo a Ilíada foi considerada um relato fantasioso acerca de uma presumível guerra entre aqueus (gregos) e troianos motivada pelo rapto da bela Helena. Não se sabe ao certo se terá sido mesmo rapto, ou se Helena, filha de Zeus, o chefe dos deuses, e de Leda, rainha de Esparta, portanto uma semideusa, que acabou por casar com Menelau, rei de Esparta, não terá fugido por vontade própria com o jovem príncipe Páris que a levou para Tróia. No final de toda a trama, terá acabado os seus dias na companhia de Páris, protegidos pelos deuses Apolo e Afrodite.
Verdadeira ou falsa, esta história de Helena pertence ao reino do romantismo, pois Homero não fala dela e uma outra lenda grega refere que a guerra foi provocada por Zeus para diminuir o número de homens sobre a Terra. Para Homero, a guerra de Tróia foi instigada pelos deuses para satisfazer os seus caprichos. Agindo directa ou indirectamente, por vezes de forma visível, outras invisível, os deuses atiçaram os pobres dos humanos nessa luta dramática pela posse de Tróia. Por detrás de tudo estava Zeus, que observava com satisfação o desenrolar das batalhas. Ele autorizara os outros deuses a tomarem o partido que quisessem mas, quando verificou que os deuses tinham começado a ferir-se mutuamente, ordenou-lhes que parassem e se mantivessem fora da luta dos mortais.
Homero descreve-nos que enquanto os guerreiros e os deuses dormiam profundamente na planície após um dia de intensa luta, Zeus mantinha-se acordado pensando em como poderia honrar Aquiles (Ulisses) e, ao mesmo tempo, provocar grandes destruições nos navios dos aqueus. Quando os aqueus e os troianos acertaram uma trégua para que os seus líderes pudessem resolver a contenda numa luta corpo a corpo, os deuses ficaram muito descontentes com a ideia, porque ficavam privados do espectáculo diário de morticínios de parte a parte. Instruíram de imediato a deusa Minerva para se deslocar ao campo de batalha e fazer com que os troianos fossem os primeiros a romper a trégua, atacando os aqueus. Durante a noite, para que os combates pudessem prosseguir, a deusa iluminou o campo de batalha.
A Ilíada descreve em pormenor a guerra de Tróia e o envolvimento dos deuses que tomaram partido por um ou outro lado. Durante muito tempo esta descrição foi considerada uma fantasia de Homero, um poeta sobre cuja existência ainda hoje existem dúvidas. De facto não se sabe se existiu um personagem chamado Homero e pensa-se que a Ilíada, assim como a Odisseia, sejam compilações de vários autores. Tradicionalmente Homero é representado como um velho cego, conforme mostra um busto grego bem conhecido. Supõe-se que terá vivido por volta do século VII antes da nossa era, altura em que começaram a aparecer os primeiros escritos gregos, mas são apenas conjecturas, ninguém tem a certeza de nada.
Como a Ilíada foi considerada uma fantasia de um poeta imaginário, então Tróia nunca existiu de facto, pensava-se. Aliás, toda aquela descrição do envolvimento dos deuses não passava de uma criação do imaginário grego. Para as religiões monoteístas que se vieram a impor mais tarde, as descrições dos deuses faziam parte das crenças pagãs e portanto, não eram para ser levadas a sério. Assim, a guerra de Tróia e a própria Tróia foi considerada apenas parte de um fascinante mas improvável conjunto de lendas gregas que os eruditos, com um sorriso de tolerância, denominaram mitologia. No entanto, grandes surpresas estavam para acontecer.
Em 1822 um certo Charles McLaren sugeriu que determinado monte da Turquia podia ser a localização da antiga cidade de Tróia. Ninguém acreditou nele. Somente em 1870, um rico comerciante alemão que estudara a Ilíada e acreditava que se tratava de uma história verídica, resolveu começar a escavar o local, aplicando no empreendimento toda a sua fortuna.
Este comerciante alemão, Heinrich Schliemann, era uma figura enigmática. Desde os 14 anos de idade que se sentira fascinado pelas obras de Homero e acreditava que se tratava de relatos verdadeiros e não imaginários. Arqueólogo amador, foi autodidacta em tudo em que se envolveu na vida, aprendia línguas com uma rapidez assombrosa, chegando a dominar 9 línguas, além do alemão. Tendo começado como aprendiz numa loja, emigrou para a Venezuela, de onde voltou mais tarde para a Europa. Vai para a Rússia e instala-se em São Petersburgo, onde acaba por abrir a sua própria loja, nesta altura já possuidor de uma fortuna considerável. Fascinado pelas obras de Homero, resolveu arriscar toda a sua fortuna na procura da antiga cidade de Tróia.
Para espanto dos eruditos e dos cépticos acerca da validade da história contada na Ilíada, à medida em que escavava foi descobrindo cidade sobre cidade, até chegar à sétima camada, onde encontrou a Tróia cantada por Homero.
O que fazer agora com a história de Homero? A cidade existia, portanto, essa parte era verdadeira. Teria havido mesmo uma guerra para diversão dos deuses, como dizia ele na Ilíada? O que dizer de frases como: “Enquanto os deuses se mantiveram afastados dos guerreiros mortais, os aqueus triunfaram, pois Aquiles (Ulisses), o semideus, agora estava com eles. Porém, devido ao crescente rancor entre os deuses e da ajuda que os gregos recebiam de Aquiles, Zeus mudou de ideia. Quando a mim, disse ele, ficarei aqui no Olimpo, sentado, a observar. Vós podereis tomar o lado que quiserdes, o dos gregos ou dos troianos.”
Esta guerra, se aconteceu, terá ocorrido entre 1300 e 1200 anos antes da nossa era. É interessante notar que até 1200 a. C., há inúmeras referências de deuses em todo o Oriente Médio, incluindo o Egipto. Há inúmeras histórias contando a participação de alguns dos deuses na condução das guerras, dirigindo eles próprios as operações ou instruindo humanos a fazê-lo. Os deuses tomam nomes diferentes em cada região, mas suspeito que sejam sempre os mesmos. É difícil, no entanto, identificar os deuses egípcios com os gregos ou os da Mesopotâmia. A Minerva ou Afrodite gregas podem ser a Ishtar mesopotâmica, ou a Ísis egípcia. Zeus, que odiava os homens, pode ser o Enlil da Mesopotâmia ou o Iahweh bíblico, pois qualquer deles era cruel e odiava os homens. O Ea ou Enki da Mesopotâmia, pode ser o RA egípcio, ou aquele que ajudou Noé a salvar-se da raiva desencadeada por Enlil, tentando destruir os homens através de um dilúvio.
Poderei não chegar a conclusões precisas mas tentarei, em próximos capítulos, aproximar-me bastante de uma verdade que os seres humanos procuram ignorar por razões de ordem religiosa ou científicas. Que os deuses habitaram a Terra, não há dúvidas, a própria Bíblia o confirma.
Durante muito tempo a Ilíada foi considerada um relato fantasioso acerca de uma presumível guerra entre aqueus (gregos) e troianos motivada pelo rapto da bela Helena. Não se sabe ao certo se terá sido mesmo rapto, ou se Helena, filha de Zeus, o chefe dos deuses, e de Leda, rainha de Esparta, portanto uma semideusa, que acabou por casar com Menelau, rei de Esparta, não terá fugido por vontade própria com o jovem príncipe Páris que a levou para Tróia. No final de toda a trama, terá acabado os seus dias na companhia de Páris, protegidos pelos deuses Apolo e Afrodite.
Verdadeira ou falsa, esta história de Helena pertence ao reino do romantismo, pois Homero não fala dela e uma outra lenda grega refere que a guerra foi provocada por Zeus para diminuir o número de homens sobre a Terra. Para Homero, a guerra de Tróia foi instigada pelos deuses para satisfazer os seus caprichos. Agindo directa ou indirectamente, por vezes de forma visível, outras invisível, os deuses atiçaram os pobres dos humanos nessa luta dramática pela posse de Tróia. Por detrás de tudo estava Zeus, que observava com satisfação o desenrolar das batalhas. Ele autorizara os outros deuses a tomarem o partido que quisessem mas, quando verificou que os deuses tinham começado a ferir-se mutuamente, ordenou-lhes que parassem e se mantivessem fora da luta dos mortais.
Homero descreve-nos que enquanto os guerreiros e os deuses dormiam profundamente na planície após um dia de intensa luta, Zeus mantinha-se acordado pensando em como poderia honrar Aquiles (Ulisses) e, ao mesmo tempo, provocar grandes destruições nos navios dos aqueus. Quando os aqueus e os troianos acertaram uma trégua para que os seus líderes pudessem resolver a contenda numa luta corpo a corpo, os deuses ficaram muito descontentes com a ideia, porque ficavam privados do espectáculo diário de morticínios de parte a parte. Instruíram de imediato a deusa Minerva para se deslocar ao campo de batalha e fazer com que os troianos fossem os primeiros a romper a trégua, atacando os aqueus. Durante a noite, para que os combates pudessem prosseguir, a deusa iluminou o campo de batalha.
A Ilíada descreve em pormenor a guerra de Tróia e o envolvimento dos deuses que tomaram partido por um ou outro lado. Durante muito tempo esta descrição foi considerada uma fantasia de Homero, um poeta sobre cuja existência ainda hoje existem dúvidas. De facto não se sabe se existiu um personagem chamado Homero e pensa-se que a Ilíada, assim como a Odisseia, sejam compilações de vários autores. Tradicionalmente Homero é representado como um velho cego, conforme mostra um busto grego bem conhecido. Supõe-se que terá vivido por volta do século VII antes da nossa era, altura em que começaram a aparecer os primeiros escritos gregos, mas são apenas conjecturas, ninguém tem a certeza de nada.
Como a Ilíada foi considerada uma fantasia de um poeta imaginário, então Tróia nunca existiu de facto, pensava-se. Aliás, toda aquela descrição do envolvimento dos deuses não passava de uma criação do imaginário grego. Para as religiões monoteístas que se vieram a impor mais tarde, as descrições dos deuses faziam parte das crenças pagãs e portanto, não eram para ser levadas a sério. Assim, a guerra de Tróia e a própria Tróia foi considerada apenas parte de um fascinante mas improvável conjunto de lendas gregas que os eruditos, com um sorriso de tolerância, denominaram mitologia. No entanto, grandes surpresas estavam para acontecer.
Em 1822 um certo Charles McLaren sugeriu que determinado monte da Turquia podia ser a localização da antiga cidade de Tróia. Ninguém acreditou nele. Somente em 1870, um rico comerciante alemão que estudara a Ilíada e acreditava que se tratava de uma história verídica, resolveu começar a escavar o local, aplicando no empreendimento toda a sua fortuna.
Este comerciante alemão, Heinrich Schliemann, era uma figura enigmática. Desde os 14 anos de idade que se sentira fascinado pelas obras de Homero e acreditava que se tratava de relatos verdadeiros e não imaginários. Arqueólogo amador, foi autodidacta em tudo em que se envolveu na vida, aprendia línguas com uma rapidez assombrosa, chegando a dominar 9 línguas, além do alemão. Tendo começado como aprendiz numa loja, emigrou para a Venezuela, de onde voltou mais tarde para a Europa. Vai para a Rússia e instala-se em São Petersburgo, onde acaba por abrir a sua própria loja, nesta altura já possuidor de uma fortuna considerável. Fascinado pelas obras de Homero, resolveu arriscar toda a sua fortuna na procura da antiga cidade de Tróia.
Para espanto dos eruditos e dos cépticos acerca da validade da história contada na Ilíada, à medida em que escavava foi descobrindo cidade sobre cidade, até chegar à sétima camada, onde encontrou a Tróia cantada por Homero.
O que fazer agora com a história de Homero? A cidade existia, portanto, essa parte era verdadeira. Teria havido mesmo uma guerra para diversão dos deuses, como dizia ele na Ilíada? O que dizer de frases como: “Enquanto os deuses se mantiveram afastados dos guerreiros mortais, os aqueus triunfaram, pois Aquiles (Ulisses), o semideus, agora estava com eles. Porém, devido ao crescente rancor entre os deuses e da ajuda que os gregos recebiam de Aquiles, Zeus mudou de ideia. Quando a mim, disse ele, ficarei aqui no Olimpo, sentado, a observar. Vós podereis tomar o lado que quiserdes, o dos gregos ou dos troianos.”
Esta guerra, se aconteceu, terá ocorrido entre 1300 e 1200 anos antes da nossa era. É interessante notar que até 1200 a. C., há inúmeras referências de deuses em todo o Oriente Médio, incluindo o Egipto. Há inúmeras histórias contando a participação de alguns dos deuses na condução das guerras, dirigindo eles próprios as operações ou instruindo humanos a fazê-lo. Os deuses tomam nomes diferentes em cada região, mas suspeito que sejam sempre os mesmos. É difícil, no entanto, identificar os deuses egípcios com os gregos ou os da Mesopotâmia. A Minerva ou Afrodite gregas podem ser a Ishtar mesopotâmica, ou a Ísis egípcia. Zeus, que odiava os homens, pode ser o Enlil da Mesopotâmia ou o Iahweh bíblico, pois qualquer deles era cruel e odiava os homens. O Ea ou Enki da Mesopotâmia, pode ser o RA egípcio, ou aquele que ajudou Noé a salvar-se da raiva desencadeada por Enlil, tentando destruir os homens através de um dilúvio.
Poderei não chegar a conclusões precisas mas tentarei, em próximos capítulos, aproximar-me bastante de uma verdade que os seres humanos procuram ignorar por razões de ordem religiosa ou científicas. Que os deuses habitaram a Terra, não há dúvidas, a própria Bíblia o confirma.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
A Era dos Deuses - I - Verdade ou Imaginação?
Houve um tempo em que a Terra foi habitada por seres a que os humanos chamavam deuses. Estes deuses governavam as várias partes da Terra directamente ou por delegação em humanos semideuses ou simplesmente humanos, participando e motivando as guerras que ao longo da História se foram tornando conhecidas. Esta afirmação parece ser fruto de uma imaginação hilariante e desprovida de bases científicas, religiosas ou históricas. Mas será que é assim? Vejamos.
Quem conhece um pouco da mitologia grega e das inumeráveis atribulações que afectavam os deuses e os humanos, além das atrocidades cometidas por aqueles, com especial destaque para o grande Zeus, pode pensar que tudo não passa de uma criação feita pela imaginação dos gregos antigos que, para além dessas histórias de deuses, nos legaram também os mitos (peças de teatro) que ainda hoje quebram a cabeça de quem se dedica à área da psicologia, e nos alimentaram com a sua filosofia.
A criação dos mitos, como o mito de Sísifo ou o mito de Édipo (complexo de Édipo), por exemplo, é de tal modo complexa e se refere directamente à verdadeira natureza humana, que não é possível que tenham sido criados por uma população inculta e de conhecimentos rudimentares. A filosofia vem confirmar que se tratava, realmente, de gente muito culta e com profundo saber acerca da condição humana.
Mas então se isto é verdade, porque será que consideramos as histórias dos deuses como pertencentes ao imaginário colectivo grego e que não correspondem a factos reais?
O livro mais vendido no mundo, a Bíblia, confirma que, em determinada época os deuses habitaram entre nós. Basta ler o Génesis, 6.1-4. Evidentemente que onde se lê filhos de Deus, deveria ler-se filhos dos deuses. Isto é o resultado de tentativas toscas de adaptar a Bíblia, mesmo o Antigo Testamento, às necessidades doutrinais da religião, que fala sempre em Deus e não em deuses. Um trecho interessante é aquele em que Iahweh, transcrito para português como Jeová ou Javé, expulsando o homem e a mulher do paraíso diz: “O homem tornou-se como um de Nós, conhecedor do bem e do mal”. O “Nós” é sem dúvida plural, não indica somente ele, Iahweh, mas esses seres a que passámos a chamar deuses. Nem poderia ser de outra forma, pois o homem não se tinha tornado Deus, mas sim igual aos deuses.
Além de ser o livro mais vendido no mundo e considerado por muitos como o livro mais sagrado, a Bíblia tem sido também o livro mais controverso e sujeito a uma miríade de interpretações. Algumas escolas esotéricas dizem que tem várias leituras: a literal, a simbólica e a alegórica. Isto quer dizer que algumas das suas passagens podem ser entendidas de forma literal, que algumas figuras e personagens podem ser considerados simbólicas e que algumas histórias são pura alegoria. Mas isto não é mais do que um arranjo conveniente que a religião introduziu para evitar sérios embaraços que algumas das passagens da Bíblia provocam. O Iahweh ou Javé é um deus cruel e sanguinário, não há como entendê-lo de forma simbólica ou alegórica. A visão de Ezequiel é a descrição de uma nave alienígena, não há como evitar a comparação com as outras descrições que têm vindo a ser conhecidas.
Nem tudo, no entanto, pode ser lido de forma literal. A história de David e Golias é uma alegoria, assim como o reino de Israel à altura do rei David não passava de um reino de pastores nómadas. A construção da Arca de Noé também não pode ser aceite como uma acontecimento verdadeiro. Basta fazermos alguns cálculos simples para chegarmos a essa conclusão.
A mitologia é tida na generalidade como um conjunto de fábulas sobre histórias de deuses, de semideuses, e como fruto da imaginação dos povos antigos. Há muito de verdade nisto, pois se os mitos correspondem a acontecimentos verdadeiros, a sua narração foi sendo alterada ao longo do tempo pois, como se costuma dizer, “quem conta um conto acrescenta um ponto”. Assim chegaram aos nossos dias histórias fabulosas de deuses com várias cabeças, de deuses que devoram os próprios filhos, de monstros de várias naturezas, etc. É exemplo flagrante a mitologia grega. No entanto…
O mundo está cheio de vestígios que demonstram que em determinada época da antiguidade foi habitado por seres poderosos, possuidores de uma tecnologia superior, em alguns aspectos, àquela que possuímos hoje. As evidências estão por toda a parte, mas a nossa sociedade procura ignorá-las, deixando o assunto para os sonhadores e românticos de um passado extraordinário. Por um lado, a crença de que um Deus humanizado fez tudo, fez o universo, as estrelas, os planetas e, naturalmente, o homem. Por outro lado, há aqueles que atribuem tudo às leis da evolução, que podem estar certas quando se referem à Natureza em geral, mas que falham quando dizem respeito ao ser humano, cuja evolução contém grandes mistérios, principalmente no que refere aos verdadeiros “saltos quânticos” para os quais ainda não se encontrou uma explicação razoável. Por exemplo, ninguém sabe exactamente porque é que o “Homo de Neardhental” desapareceu da face da Terra e foi substituído pelo “Homo Sapiens”, o homem moderno, não havendo nenhuma ligação entre os dois. Pelas leis de evolução das espécies o ser humano não estaria no patamar em que está hoje.
Existe uma enorme confusão na classificação dos seres que antecederam o homem moderno, os especialistas da área têm ideias diferentes acerca da nossa progressão sobre a Terra. Por exemplo, e para dar uma noção do que seria o homem hoje se sujeito apenas às leis da evolução, o “Homo Ergaster”, um ser que habitou a terra há cerca de 3 milhões de anos, era nómada e vivia da caça que apanhava usando como arma lascas afiadas de sílex. Levou cerca de um milhão de anos para descobrir que se colocasse a lasca de sílex na ponta de uma vara, a caça seria mais fácil.
O homem racional insiste em atribuir realizações fantásticas do passado aos seres humanos da época, usando ferramentas rudimentares mas realizando obras fabulosas. O caso mais curioso é o das pirâmides de Gize no Egipto. Inúmeras teorias acerca da sua construção, principalmente da maior, atribuída a Quéops ou Khufu, têm sido desenvolvidas, tentando explicar o inexplicável. Todas as teorias caem pela base se fizermos uma simples operação de aritmética: a Grande Pirâmide foi construída com 2 milhões e trezentos mil blocos de granito, pesando em média, cada um, duas toneladas e meia; Quéops, o presumível construtor, foi faraó durante 23 anos, ou 8.395 dias; se a pirâmide tivesse começado a ser construída logo no primeiro dia da sua instalação como faraó e continuasse ininterruptamente durante os 23 anos do seu reinado, sem um único dia de descanso, seria necessário assentar diariamente 274 daqueles blocos de granito de 2 toneladas e meia. Hoje, com toda a tecnologia de que dispomos, seria um empreendimento impossível. Como é que se insiste que foram os egípcios do tempo de Quéops que a construíram?
Ainda em relação á Grande Pirâmide, ninguém consegue explicar a perfeição e a mínima margem de erro das seus medidas e dos seus ângulos, tarefa que hoje é ainda impossível, pois não existe obra no mundo com tão pequena margem de erro.
A teoria de que a elevação dos blocos de pedra foi feita através de uma rampa, rolando os blocos sobre toros de madeira é, no mínimo, ridícula. Por um lado seria necessário reunir uma quantidade de material maior do que o aplicado na pirâmide para fazer a rampa. Por outro lado o rolamento sobre toros de madeira é moroso e rudimentar, que não tem nada a ver com a técnica aplicada na construção, uma técnica superior de que ainda hoje não temos o menor vislumbre.
Restam assim duas alternativas para explicar a sua construção: ou a pirâmide foi construída durante muito mais tempo do que o do reinado de Quéops, correndo a sua construção ao longo de vários reinados; ou foi construída há muito mais tempo do que se supõe por esses seres a que os humanos chamaram deuses.
Quem conhece um pouco da mitologia grega e das inumeráveis atribulações que afectavam os deuses e os humanos, além das atrocidades cometidas por aqueles, com especial destaque para o grande Zeus, pode pensar que tudo não passa de uma criação feita pela imaginação dos gregos antigos que, para além dessas histórias de deuses, nos legaram também os mitos (peças de teatro) que ainda hoje quebram a cabeça de quem se dedica à área da psicologia, e nos alimentaram com a sua filosofia.
A criação dos mitos, como o mito de Sísifo ou o mito de Édipo (complexo de Édipo), por exemplo, é de tal modo complexa e se refere directamente à verdadeira natureza humana, que não é possível que tenham sido criados por uma população inculta e de conhecimentos rudimentares. A filosofia vem confirmar que se tratava, realmente, de gente muito culta e com profundo saber acerca da condição humana.
Mas então se isto é verdade, porque será que consideramos as histórias dos deuses como pertencentes ao imaginário colectivo grego e que não correspondem a factos reais?
O livro mais vendido no mundo, a Bíblia, confirma que, em determinada época os deuses habitaram entre nós. Basta ler o Génesis, 6.1-4. Evidentemente que onde se lê filhos de Deus, deveria ler-se filhos dos deuses. Isto é o resultado de tentativas toscas de adaptar a Bíblia, mesmo o Antigo Testamento, às necessidades doutrinais da religião, que fala sempre em Deus e não em deuses. Um trecho interessante é aquele em que Iahweh, transcrito para português como Jeová ou Javé, expulsando o homem e a mulher do paraíso diz: “O homem tornou-se como um de Nós, conhecedor do bem e do mal”. O “Nós” é sem dúvida plural, não indica somente ele, Iahweh, mas esses seres a que passámos a chamar deuses. Nem poderia ser de outra forma, pois o homem não se tinha tornado Deus, mas sim igual aos deuses.
Além de ser o livro mais vendido no mundo e considerado por muitos como o livro mais sagrado, a Bíblia tem sido também o livro mais controverso e sujeito a uma miríade de interpretações. Algumas escolas esotéricas dizem que tem várias leituras: a literal, a simbólica e a alegórica. Isto quer dizer que algumas das suas passagens podem ser entendidas de forma literal, que algumas figuras e personagens podem ser considerados simbólicas e que algumas histórias são pura alegoria. Mas isto não é mais do que um arranjo conveniente que a religião introduziu para evitar sérios embaraços que algumas das passagens da Bíblia provocam. O Iahweh ou Javé é um deus cruel e sanguinário, não há como entendê-lo de forma simbólica ou alegórica. A visão de Ezequiel é a descrição de uma nave alienígena, não há como evitar a comparação com as outras descrições que têm vindo a ser conhecidas.
Nem tudo, no entanto, pode ser lido de forma literal. A história de David e Golias é uma alegoria, assim como o reino de Israel à altura do rei David não passava de um reino de pastores nómadas. A construção da Arca de Noé também não pode ser aceite como uma acontecimento verdadeiro. Basta fazermos alguns cálculos simples para chegarmos a essa conclusão.
A mitologia é tida na generalidade como um conjunto de fábulas sobre histórias de deuses, de semideuses, e como fruto da imaginação dos povos antigos. Há muito de verdade nisto, pois se os mitos correspondem a acontecimentos verdadeiros, a sua narração foi sendo alterada ao longo do tempo pois, como se costuma dizer, “quem conta um conto acrescenta um ponto”. Assim chegaram aos nossos dias histórias fabulosas de deuses com várias cabeças, de deuses que devoram os próprios filhos, de monstros de várias naturezas, etc. É exemplo flagrante a mitologia grega. No entanto…
O mundo está cheio de vestígios que demonstram que em determinada época da antiguidade foi habitado por seres poderosos, possuidores de uma tecnologia superior, em alguns aspectos, àquela que possuímos hoje. As evidências estão por toda a parte, mas a nossa sociedade procura ignorá-las, deixando o assunto para os sonhadores e românticos de um passado extraordinário. Por um lado, a crença de que um Deus humanizado fez tudo, fez o universo, as estrelas, os planetas e, naturalmente, o homem. Por outro lado, há aqueles que atribuem tudo às leis da evolução, que podem estar certas quando se referem à Natureza em geral, mas que falham quando dizem respeito ao ser humano, cuja evolução contém grandes mistérios, principalmente no que refere aos verdadeiros “saltos quânticos” para os quais ainda não se encontrou uma explicação razoável. Por exemplo, ninguém sabe exactamente porque é que o “Homo de Neardhental” desapareceu da face da Terra e foi substituído pelo “Homo Sapiens”, o homem moderno, não havendo nenhuma ligação entre os dois. Pelas leis de evolução das espécies o ser humano não estaria no patamar em que está hoje.
Existe uma enorme confusão na classificação dos seres que antecederam o homem moderno, os especialistas da área têm ideias diferentes acerca da nossa progressão sobre a Terra. Por exemplo, e para dar uma noção do que seria o homem hoje se sujeito apenas às leis da evolução, o “Homo Ergaster”, um ser que habitou a terra há cerca de 3 milhões de anos, era nómada e vivia da caça que apanhava usando como arma lascas afiadas de sílex. Levou cerca de um milhão de anos para descobrir que se colocasse a lasca de sílex na ponta de uma vara, a caça seria mais fácil.
O homem racional insiste em atribuir realizações fantásticas do passado aos seres humanos da época, usando ferramentas rudimentares mas realizando obras fabulosas. O caso mais curioso é o das pirâmides de Gize no Egipto. Inúmeras teorias acerca da sua construção, principalmente da maior, atribuída a Quéops ou Khufu, têm sido desenvolvidas, tentando explicar o inexplicável. Todas as teorias caem pela base se fizermos uma simples operação de aritmética: a Grande Pirâmide foi construída com 2 milhões e trezentos mil blocos de granito, pesando em média, cada um, duas toneladas e meia; Quéops, o presumível construtor, foi faraó durante 23 anos, ou 8.395 dias; se a pirâmide tivesse começado a ser construída logo no primeiro dia da sua instalação como faraó e continuasse ininterruptamente durante os 23 anos do seu reinado, sem um único dia de descanso, seria necessário assentar diariamente 274 daqueles blocos de granito de 2 toneladas e meia. Hoje, com toda a tecnologia de que dispomos, seria um empreendimento impossível. Como é que se insiste que foram os egípcios do tempo de Quéops que a construíram?
Ainda em relação á Grande Pirâmide, ninguém consegue explicar a perfeição e a mínima margem de erro das seus medidas e dos seus ângulos, tarefa que hoje é ainda impossível, pois não existe obra no mundo com tão pequena margem de erro.
A teoria de que a elevação dos blocos de pedra foi feita através de uma rampa, rolando os blocos sobre toros de madeira é, no mínimo, ridícula. Por um lado seria necessário reunir uma quantidade de material maior do que o aplicado na pirâmide para fazer a rampa. Por outro lado o rolamento sobre toros de madeira é moroso e rudimentar, que não tem nada a ver com a técnica aplicada na construção, uma técnica superior de que ainda hoje não temos o menor vislumbre.
Restam assim duas alternativas para explicar a sua construção: ou a pirâmide foi construída durante muito mais tempo do que o do reinado de Quéops, correndo a sua construção ao longo de vários reinados; ou foi construída há muito mais tempo do que se supõe por esses seres a que os humanos chamaram deuses.
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